Capítulo 27

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CAPÍTULO 27 - ILUSÕES PODEM SER PERIGOSAMENTE REAIS - PARTE II

Florence correu entre as árvores o mais rápido que conseguiu. Estava começando a se cansar e olhando, rapidamente, para a besta que a seguia, o animal não parecia sentir o mesmo.

Tudo o que conseguia pensar era que ia morrer. Nada mais.

E então ela tropeçou em um galho gigantesco.

No começo achou que fosse apenas um desiquilíbrio, mas, quando deu por si, estava rolando pela terra, em um emaranhado de cabelo e ganhos enlouquecedor.

Com uma estranha rapidez, que talvez só o medo da morte seja capaz de fazer, Florence levantou o rosto e encarou a fera. Mas era tarde. O animal já estava a encarando de perto e com os olhos vermelhos ainda mais vivos.

-Eu vou morrer – sussurrou para si mesma.

''Não irá se prestar atenção no seu redor'' uma voz rebateu em sua cabeça.

-Pesadelo?

''O grande x da questão, Florence, está no seu ambiente. Você precisa encontrar o erro nele. E se não o fizer rápido, pelo menos atrase a fera''.

-O erro do ambiente é esse animal na minha frente! – ela gritou – Me tire agora daqui.

A fera deu um passo para frente e bufou, como um touro se preparando para derrubar quem quer que ouse tentar controla-lo.

''Infelizmente, não posso''

-Não pode ou não quer?

''Se tratando da sua cabeça, os dois''

Florence, tremendo, se colocou de pé. O animal a estava encarando mais do que deveria, pensativo. Talvez estivesse tentando decidir o melhor jeito de devorá-la.

-Você pode ser horrível – ela começou, com a voz suave – Mas, em algum lugar ai, ainda é um veado normal. E sabe o que animais como você têm?

O bicho estava realmente prestando atenção? Porque ele parecia estar.

''É uma ilusão'' pensou ''Acredito em tudo agora''

-Você, animal – ela se abaixou bem devagar e foi acompanhada pelos olhos do monstro – Você têm medo – e então jogou o galho pelo qual havia ido para o chão em direção a fera que deu alguns passos para trás, assustada.

Em disparada, correu mais um pouco pelo bosque. Não tinha muitas opções agora. Sem pensar duas vezes, assim que viu uma árvore alta e fácil de subir, escalou-a em alguns segundos. Ela diria isso á mãe, que sempre a repreendeu por isso na infância. Se sobrevivesse.

-Pesadelo – chamou – Pesadelo.

''Está indo bem'' ele disse, de repente.

-Não quero elogios. Quero que me diga como saio dessa situação. Não teria falado comigo se não pudesse me dar algumas dicas. Seria cruel.

''Não me chamam de Pesadelo pela minha bondade, jovem Florence'' ele riu ''Mas ponto para você, está certa. Eu posso ajuda-la. Mas não completamente''

-Posso matar essa coisa?

''Me disseram que você era contra mortes e... ''

-Eu sou contra mortes, sem dúvida! – gritou, enquanto começava a ouvir galhos se quebrando, bem perto de sua árvore – Mas sou muito mais contra a minha morte.

''Bem, não é impossível matar a besta, mas é improvável''

-Improvável?

''Ela é muito mais resistente que um veado normal e muito mais feroz quando machucada'' explica ''Sugiro que o machuque o suficiente para imobilizá-lo e então procure o mais rápido que puder pelo erro da lembrança''

Nascida nas SombrasWhere stories live. Discover now