Minha cabeça ia explodir.
Abrir os olhos parecia uma tarefa impossível naquele momento.
Permaneci de olhos fechados por algum tempo, tentando colocar a cabeça e ordem. Eu não lembrava de nada. A noite passada havia desaparecido da minha cabeça logo após a segunda ou terceira dose de tequila... Em um momento eu estava no bar, bebendo incontrolavelmente e no outro eu estava ali, deitada, com a cabeça estourando, morrendo de sede e pressentindo um leve enjoo se aproximando.
Como eu tinha ido parar em minha cama?
Talvez Maya... Não. Balancei a cabeça, frustrada. Mas que droga tinha acontecido na noite passada?
Respirei lentamente e permaneci parada com as mãos sobre o rosto. Ao fundo meu celular começou a tocar... Provavelmente era uma das meninas.
Tirei a mão do rosto e abri os olhos me perguntando se, ao me levantar, eu vomitaria.
Com esforço, puxei as cobertas para o lado e parei, surpresa e confusa.
- Oh meu Deus!
Com eu havia ido parar na minha cama apenas de calcinha?
Olhei ao redor para procurar evidencias, mas tudo parecia completamente normal. Nada estava fora do lugar e não havia ao menos roupas no chão.
Levantei cambaleando, mas me recompondo em seguida, percebendo o quarto parar de rodar aos poucos. Andei até a sala com a mão sobre a testa, como se fosse possível segurar a minha dor de cabeça e me joguei no sofá antes de tirar o celular da bolsa e atender Maya.
- Você me trouxe para casa ontem?
Silencio.
- Maya?
- Você não lembra de nada? – ela perguntou entre divertida e cautelosa.
Fechei os olhos e joguei a cabeça para trás, pensando nas piores das hipóteses.
- O que foi que eu fiz?
- Me xingou, xingou Phillip...
- Vincent. O nome dele é Vincent. – corrigi num suspiro, sem acreditar.
- O.K., Vincent. Você xingou Vincent e falou tudo o que queria... – ela riu baixo – Devo dizer que você estava um pouco bêbada.
- Um pouco? Eu estou morrendo de dor de cabeça e minha boca está seca. Nunca bebi tanto na vida! – Massageei a têmpora esquerda – Desculpe, eu realmente não lembro o que aconteceu e se, por acaso, falei algo que te ofendeu, me desculpe. Não foi minha intenção.
- Foi sim, Audrey... Mas não se preocupe, mesmo bêbada você não ofende nem uma mosca.
Então abri os olhos e levante a cabeça tão rápido que por segundos tudo ficou escuro.
- Vivian?! Ela ouviu tudo? Que idiota eu fui! Que besta! Não acredito que eu...
- Calma... Vivian estava mais bêbada que você, não se preocupe.
Suspirei de alívio e voltei a jogar minha cabeça para trás.
- Que ótimo... –Budy subiu no sofá e se deitou, precuiçoso – Eu não devia ter bebido. Eu dei muito trabalho para voltar para casa? Eu não lembro de nada! Porque tirou minha roupa?
- Eu não tirei sua roupa... – Maya respondeu rapidamente – Eu não te levei para casa.
Cerrei os olhos, desconfiada.
- O que quer dizer com isso?
- Vincent te levou para casa.
Gemi baixo, frustrada.