Cap. 1

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O Relógio já mostrava 06h30min da manhã, mas meu corpo não conseguia se levantar da cama.
Comecei a pensar em como seria mais essa ano de ensino médio, o último na verdade. Mas agora em um colégio novo, estava com medo, não nego! Mas também ansiosa pelo primeiro dia de aula.
Só tive coragem de levantar 06h43min, dei um pulo da cama e quase tropecei no tapete perto da escrivaninha.
Fui até o espelho do banheiro ver como estava o desastre do meu cabelo. Até que não estava tão ruim.
Eu não sou uma menina bonita, confesso. Mas também não fico para trás. Tenho cabelos longos castanhos e ondulados. Mas o que eu mais gosto são os meus olhos, grandes e verdes. Iguais ao do meu pai, de uma família alemã que veio para o Brasil refugiada da segunda guerra.
Me olhei no espelho mais uma vez, dei um tapa de leve no meu rosto para acordar e corri para o chuveiro. Tomei uma ducha rápida e coloquei o uniforme do novo colégio. Me olhei no espelho e me senti um soldado pronto para a guerra, que se chama último ano do colégio.
Peguei minha mochila e desci saltitando as escadas. Minha mãe já estava na cozinha preparando o café, dava pra sentir o cheiro do corredor. E meus irmãos estavam jogados no sofá esperando dar o horário da escola. Meu pai já estava sentado no balcão tomando uma xicara de café e olhando para a minha mãe. Depois de 20 anos juntos ainda tem o mesmo olhar de apaixonado.

-Bom dia pai - dei um beijo em sua bochecha - Bom dia mãe.

Fui até a geladeira e peguei suco de caixinha. Abri e comecei a toma-lo indo em direção a porta dá entrada.

- Minha filha! Não vai comer nada? - Gritou minha mãe.

- Não estou com fome mãe. Tchau, até mais tarde!! - Falei já fechando a porta e arrumando a mochilas nas costas.

Desci as escadas da entrada e fui em direção ao ponto de ônibus. A rua estava bem calma, então achei melhor ir andando. Pois tinha certeza que o ônibus iria demorar muito.
Enquanto caminhava meus pensamentos rolavam soltos, só não podia perder a hora. Eu até que gosto da cidade onde eu moro. Ela é grande e movimentada, mas o bairro em que moro é até que bem calmo e familiar.
Quando virei a esquina do colégio já estava com frio na barriga, não era muito carismática e nem muito confiante.
Ao chegar no portão do colégio, vi aquele monte de adolescentes no pátio principal, fiquei muito assustada.
Quando entrei foi a pior parte, um empurra pra lá, gritos e risadas histéricas pra cá. Até que ouvi um grande sinal estrondoso, que levou todos os alunos as suas salas.
Com o pátio vazio, pude notar que o colégio não era nem grande e nem pequeno, mas tinha um toque antigo, paredes de tijolos, árvores por todos os cantos.
Subi as escadas para ir a secretaria ver qual era a minha sala.
Antes quepudesse chegar aí meu destino, encontrei um menino muito interessante de se olhar. Cabelos loiros, olhos azuis, nem forte nem magro, era um garoto normal conversando com os seus amigos normais, mas alguma coisa nele prendia a minha atenção.
Quando passei, ele nem percebeu, mas já me acostumei de não ser notada, continuei andando até o meu destino.
Ao abrir a grande porta de vidro encontrei uma mulher até que simpática, mas não tinha a cara de muitos amigos.

-Olá! Será que a senhora pode me ajudar?

-Posso tentar!

-É que estou procurando a minha sala!

-Qual é o seu nome?

-Luna Ribeiro. - disse um pouco envergonhada com a situação.

-Aguarde um momento que eu vou verificar no computador.

Aquela mulher era até que bonita, devia estar na casa dos 30 anos e poucos anos. Pude ler em sua mesa que se chamava Sabrina e logo ao lado tinha uma foto de uma menina sorridente com os olhos castanhos iguais ao da recepcionista, acho que deve ser sua filha.

-Aqui está Luna. O seu cronograma de aulas, seus professores, número do armário e a sala.

-Muito Obrigada.

LUNA ( Entre dois mundos)Where stories live. Discover now