Cap 2.

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Quando acordei, estava em uma cama e muito enjoada. Minha visão estava um pouco turva e novamente só conseguia ver vultos só que agora com luzes.

-Onde estou?? - Levantei desesperada

-Acalmasse filha!!! Já esta tudo bem, trouxeram você ao hospital. - Disse minha mãe se levantando e vindo ao m minha direção

Na hora reconheci sua voz. Sempre que falava comigo quando estava mal, sentia-me confortável.

-O que aconteceu? - Disse abraçando minha mãe.

-Você desmaiou no colégio. - Colocou a sua mão sobre a minha cabeça e continuou a falar. -O médico disse que foi pressão baixa.

Quando minha visão voltou ao normal, olhei bem para o quarto e só vi minha mãe, fiquei assustada.

- Mãe tinha mais alguém aqui no quarto com a senhora? - disse com a voz um pouco alterada e procurando as outras pessoas.

- Não minha filha. - respondeu assustada.

Olhei apavorada para minha mãe. Eu vi mais pessoas naquela sala, eu não estou ficando louca.

-Mas mãe...

- Acho que você ainda não esta muito bem. Vou chamar um médico!!

Não tinha como estar enganada, pois além de ver eu senti aqueles vultos na sala, eu não posso estar delirando e eu não estou!! Foi quando eu ouvi alguém bater na porta.

- Posso entrar??

Era o André, ainda com o uniforme do colégio. Parecia um pouco preocupado com a situação.

-Oi André, pode sim!-Me sentei na cama com as mãos sobre o colo.

-Nossa Luna. Você me deu um susto quando desmaiou, ainda mais por que eu estava sozinho naquele pátio pra te acudir e... -disse André rapidamente.

- Você estava sozinho?- Interrompi o André com um tom assustado

- Sim estava! Os outros estavam no pátio coberto, você não se lembra?

- Ah, já me lembrei!- Tentei disfarçar, mas por dentro estava confusa e apavorada. Não podia contar ao Andre, ele iria pensar que estou louca.

- Trouxe esse desenho pra você!-  me entregando uma folha

- Obrigada.- Olhei para ele e dei um sorriso.

Ao finalzinho da noite meus pais me trouxeram de volta para casa. Já estava me sentindo melhor, mas não esquecia nem por um segundo os vultos que vi no hospital. Estava sentada no sofá quando minha mãe chegou e me abordou com um pergunta nada sutil.

- Minha filha. Eu sei que você não quer fazer nada, mas pelo menos um bolo tem que ter no seu aniversário.

Desde pequena tenho as melhores festas, mas apartir dos dez anos de idade eu não queria mais saber de festa. Não me importava mais com essas coisas, mas minha mãe nunca se esqueceu de me fazer um bolo de aniversário, ela fala que o pedido das velinhas não pode faltar em nenhum aniversário.

- A senhora sabe que eu não quero, mas no final você acaba fazendo.

- Então nem adianta discutir, mas esse ano vou fazer um bolo de chocolate. É simples e da para fazer depois do trabalho.

Eu sempre admirei muito a minha mãe, uma mulher forte, trabalhadora, dedicada, inteligente e ainda por cima cuida bem dos filhos. Tudo que uma mulher deseja ser quando crescer. Ela com seus longos cachos e olhos castanhos, encanta qualquer pessoa. Já esta com seus 40 e poucos anos, mas continua ativa como sempre. Esta desgastada com tanto trabalho na empresa em que trabalha, mas sua beleza e confiança ainda persistem. E uma coisa que admiro muito é que ela não deixa de lado coisas importantes da vida, e isso eu tenho certeza que puxei dela.

LUNA ( Entre dois mundos)Where stories live. Discover now