1. Letters To God

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"Querido Papai do Céu,

Mamãe e papai me disseram uma vez que se um dia eles não estivessem mais comigo, estariam com você, então estou te mandando esta carta, porque eles também me disseram que quando se sente saudade de alguém, nós enviamos cartas, e eu estou com saudade deles.
Mas o grande problema, Deus, é que eu não sei o endereço do céu, existem mais seis cartas embaixo do meu travesseiro que eu só não enviei por causa disso...

Se um dia encontrar meu papai e minha mamãe, pode dizer que sinto falta deles?
Carinhosamente,Sean."

xx

"Querido Papai do Céu,

Tia Tess diz que eu já sou grandinho demais para ficar brincando de escrever cartas para o senhor, diz pra ela que não é bobagem!
Eu ainda sinto falta de papai e mamãe, mas eu agora entendo que eles estão mais felizes perto do senhor... Queria poder vê-los em algum momento, será que eu não poderia visitá-los?

Com amor,Sean."

xx

"Querido Papai do Céu,

É verdade mesmo que papai e mamãe virão aqui me ver?!
Por favor, sinto tanta falta deles... Vou contar a novidade para a tia Tess quando eles chegarem, porque ela não acreditaria se eu dissesse antes disso.

Eu te amo Papai do Céu
Com muito carinho,Sean."

xx

O pequeno Sean, de seis anos, havia perdido os pais num acidente de carro quando ele tinha apenas quatro anos, sua guarda havia ficado com sua tia Tess, irmã mais velha da mãe do garoto.
Desde que aprendera a escrever e a se expressar por desenhos, Sean escrevia cartas para o "Papai do Céu", e jurava para sua tia que recebia respostas, apesar de suas cartas nunca terem saído de baixo de seu travesseiro.

- Tia Tess, tia Tess! - O menino correu em direção à mulher enquanto gritava a chamando.
- O que foi, querido? - Tess perguntou o encarando.
- Papai e mamãe vieram nos ver! - Sean exclamou saltitante e sorridente.
- Sean, já disse para parar de brincar com isso! - Tia Tess raramente se irritava, mas o que a irritava mesmo era que o sobrinho brincasse com a memória de sua irmã e de seu cunhado.
- Mas tia, eles estão mesmo aqui... - O garoto murmurou ficando sério.

Nesse instante Tess se virou para encarar melhor o sobrinho e não pôde deixar de soltar uma exclamação de surpresa. Lá estava, sua irmã e seu cunhado ao encalço do único filho que deixaram na vida, zelando por ele. Os dois sorriam lindamente para a mulher que não acreditava em seus próprios olhos. Foi então que as lágrimas transbordaram.

xx

"Querido senhor Deus,

Eu realmente não acredito que estou escrevendo esta carta, mas foi sugestão de uma pessoa que sabe bem o que se faz nessas horas...
Deus, quero pedir perdão por não acreditar nas coisas que Sean dizia, senhor, era realmente verdade!

Mas também vim lhe escrever por nos conceder - a mim e a meu sobrinho - esse milagre de ver nossos entes queridos que tanto fazem falta em nosso meio. Engraçado que nós vivemos esperando por um milagre, mas não percebemos que ele está bem a nossa frente, só precisamos acreditar... Acreditar com a firmeza e a inocência de uma criança...

Obrigada senhor, por me fazer ver esse fato,
Com todo o amor e carinho,Tess."

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Nota: Essa história foi escrita em... Junho de 2010 IASDINADO
Não, não faz muito sentido, MAS... Eu gosto muito dela! Ela foi meio inspirada na música homônima do Box Car Racer. Na verdade só o título me inspirou, a letra em si não tem muito a ver. HAHAH


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