3. You Must Remember This

141 15 6
                                    

- Oi, sou Alec e eu te amo. - Foi assim que o rapaz de cabelos bagunçados e castanhos se apresentou quando sai de meu quarto para tomar meu café da manhã.

Eu ri com sua maneira de se apresentar a mim. Como ele poderia me amar se mal nos conhecíamos?

Dei de ombros, ele não parecia capaz de me fazer mal e estava na minha casa com meus empregados que jamais permitiriam que algum maluco me perturbasse.

Sentei-me a mesa na companhia de uma mulher e um homem que me disseram ser meus pais... Estranho, não me recordava deles...

Tudo para mim parecia novo e estranho naquele dia a não ser minha casa e alguns de meus empregados como a minha dama de companhia Kate. Percebi que aos poucos fui me lembrando de meus pais e me assustei. Como eu podia me esquecer deles?!

- Está tudo bem Natalie, todos nós temos alguns probleminhas de memória... - Papai disse reconfortando-me.

- Lembra-se de Alec, querida? - Mamãe perguntou ao lado do rapaz que se apresentara primeiramente a mim. Ele tinha o olhar esperançoso.

- Claro, o rapaz que disse que me amava hoje de manhã. - Murmurei vendo a luz nos olhos do tal Alec se apagar e seu olhar de esperança se esvair. O que eu havia dito de errado?

- Ah não, filha... - Minha mãe ia dizer mas foi interrompida.

- Isso mesmo Natalie. - Alec sorriu para mim de uma forma doce, mas eu sabia que ele escondia-me algo, algo que me deixava confusa e que o deixara magoado e triste, eu queria tanto saber o que é!


Fui para os jardins na companhia de Kate, eu acho que gostava de ir para lá, me sentia bem rodeada de flores e árvores.

Eu observava a paisagem e apreciava o canto dos pássaros alegres pela bela manhã quando Alec se aproximou e Kate se afastou sorrateiramente de nós tentando fazer com que eu não percebesse. Resolvi que fingiria que não a vi adentrando de volta a casa me deixando sozinha com o rapaz que dissera que me amava.

- Olá. - Murmurei vendo-o sentar-se ao meu lado no banco longo que ficava no meio do jardim.

- Olá. - Sorriu depois de se acomodar. - O dia está bonito hoje, não acha? - Perguntou olhando para o céu azul e límpido.

- Maravilhoso... - Comentei fechando os olhos para ouvir melhor o canto dos pássaros.

O silêncio voltou a reinar entre nós dois, ele parecia pensar em alguma coisa que o entretinha, e eu tentava me conter para não perguntar o que queria... Tentei por um bom tempo mas não consegui...

- Por que disse que me amava? - Soltei de repente abrindo os olhos e vendo Alec me olhar surpreso.

- Porque eu te amo. - Respondeu simplesmente dando de ombros.

- E por que me ama?

Ele ficara em silêncio encarando o chão de modo pensativo. Por que não podia responder simplesmente?

- Porque você é minha borboleta. - Respondeu por fim me deixando ainda mais confusa. Borboleta?

Alec observou minhas feições confusas e riu de algo, só não soube se ele ria de mim ou do que ele havia dito. Franzi o senho em sua direção tentando entender, mas nada plausível me vinha a mente. Ele não seria cavalheiro o bastante para desfazer minha confusão?

- Como assim sua borboleta? - Perguntei por fim.

- Dizem que borboletas tem memória momentânea, nunca lembram das coisas por mais de um dia. - Respondeu-me mas ainda sim não sabia o que isso tinha a ver comigo. Ele sorriu antes de prosseguir. - Assim como você, Natalie. - Baixou o olhar parecendo triste com alguma coisa que eu não conseguia enxergar o que era.

Pequenas HistóriasWhere stories live. Discover now