A maneira que Apolline Merman chegou até a Morte foi diferente das demais, ela não conheceu a Morte, a Morte a conheceu.
Apolline fugiu de sua "sentença de morte" graças a um garoto de cabelos escarlate, no entanto, nunca poderia imaginar que tal fe...
O tempo corre como uma maratona, cruzando a vida das pessoas até chegar 365 dias. E esse ciclo recomeça a cada ano.
Entretanto, existe um "porém" imposto para mim. Não sou uma humana, tampouco um demônio. Uma criatura originada pelos céus, mas de alguma forma, trabalho para o inferno também.
Ter vários nomes, pelo menos para uma criatura como eu, é algo comum. De espírito da morte à ceifadora... Estes são alguns de meus nomes, entretanto há o que mais me detona:
Morte.
Eu sou a morte, aquela que em algum dia terá a sua alma em meus braços. Mas não se preocupe, esse não é o caso.
Minha aparência não é de um esqueleto ambulante como muitos pensam, mas não posso negar os fatos da capa com capuz e a foice. — Ah, minha querida foice, minha única companheira em séculos. — Tenho aparência de uma mulher de aproximadamente vinte e cinco anos, e, bom, essa com toda a certeza não é a minha idade.
Novamente estava eu, encarregada pelo meu trabalho, trabalho no qual vocês temem muito. Milhares de almas em meio aos meus braços, mais um chamado eu tinha, numa rua da França.
Apolline, esse era o nome da garota em meus olhos sentenciaram julgar a sua morte.
Olhos verdes, pele clara, cabelos castanhos na altura da cintura, idade, 16 anos. Usava fones, o trânsito percorria tranquilo, Apolline caminhava em direção ao Colégio Cecilier. Ela para, olha as duas direções da rua, primeiro para a esquerda, logo em seguida a direita. Atravessa a faixa de pedestres.
Um carro desgovernado aparece. Ela morre.
Enquanto eu me aproximava do corpo, percebi. O destino mudou repentinamente. Ela estava respirando. Ela não morreu. A garota conseguiu driblar o meu instinto. Ela foi salva, por alguém de cabelo escarlate.
A garota que "fugiu" da morte. Casos assim já conheci, mas diferente dos outros, ela me despertou um interesse — talvez porque já imaginava algo. Sempre estive entediada com meu trabalho de sempre, ela poderia ser a escolhida para o meu jogo. Creio que posso brincar um pouquinho.
E foi nesse momento que decidi contar a história de Apolline Merman.
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