Contato - Capítulo 5

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Mesmo acreditando em Deus, desconfie do diabo.

O que sou entre esses dois? Uma ligação talvez.

Samaele, meu nome, estúpido nome para um monstro. Monstro, é isso que sou. Demônio, é a melhor forma de se referir a mim.

Essas foram minhas reflexões enquanto matava um grupo de adolescentes delinquentes da pior maneira possível, sim, eu também mato, os humanos também matam; entretanto, não deixo a sujeira para a morte levar, eu mesma levo as almas, porque esse também é meu trabalho. Aqui estou, me referindo a mim mesma em terceira pessoa.

Um plano, com única intenção. Me matar. Irei quebrar as barreiras e tinha um plano para alcançar meus objetivos. Meus superiores me impediriam, não o tenho livre-arbítrio, porém, não sou como os outros anjos.

Lembro-me de Viktor, com ele em minha mente, surge minha primeira ideia, eu preciso de contato com os meus cinco humanos.

***

Segunda-feira 15 de fevereiro;

06:55 AM.

O dia de seu recomeço para ela, mas para mim, o incio do seu retrocesso. Apolline se arrumava para ir ao colégio St. Mary pela primeira vez. Não iria sozinha, Maria vinha buscá-la.

Ela peteava sua cabeleira castanha de joelhos sob a cama, ao acabar, lembrou-se de sua "conversa" com Dylan no sábado. Ela ainda não tinha agradecido a ele, e isso incomodava ela. Suspirou olhando para janela, viu que não havia ninguém lá e levantou-se pegando sua mochila pendurada no encosto da cadeira de seu computador.

(...)

— Tive coragem de falar com Dylan. — Disse Apolline, enquanto caminhava indo ao colégio com Maria.

— Como foi? O que ele disse?

— Ele jogou a paleta dele na minha cabeça pela janela.

— Eu sabia que ele era estranho, mas não ao ponto de sair jogando coisas nas pessoas... — Maria franziu o cenho imaginando a situação.

— Nem deu tempo de agradecer ele. — falou com um certo remorso — Afinal, de onde você conhece ele mesmo? — indagou Apolline para a morena, só agora percebeu que ela não sabia desse fato.

— Logo saberás. — Maria abriu um sorriso malicioso para a garota, jogando seus cachos para trás. O que deixou Apolline mais curiosa ainda em relação ao garoto de cabelos escarlate. 

St. Mary é um colégio cheio de pessoas que despertam minha curiosidade. Três pessoas em especial, incluindo Apolline Merman, estão entre meus favoritos. Eles obrigatoriamente terão que jogar o meu jogo. A não ser que queiram suportar as consequências...

Uma característica comum entre eles: todos fugiram de mim, todos fugiram da morte.

Minhas recordações sobre este colégio não são boas, um caso passado, quase desconhecido, no entanto, escondido no fundo do coração da senhora Heloísa, a atual diretora.

Um mar de sangue no porão da escola, um corpo esquartejado, com o rosto desfigurado. Sangue que saindo como cascata da boca morta de seu filho único. 

Ela viu isso, enquanto eu, presenciei e levei o último suspiro de seu primogênito comigo.

Lembranças que me fazem lembrar quem sou.

(...)

Quando Apolline deu seu primeiro passo naquele Colégio, havia múrmuros a todos os lados, se Maria não estivesse com ela, provavelmente estaria deslocada no meio de tantos alunos. Logo, ela teve que ser instruída pela diretora a procurar o representante, Brendon, por conta de sua ficha de inscrição. Sua amiga não a abandonou em nenhum um segundo, feito isso elas foram diretamente para a aula.

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