Do outro lado da janela - Capítulo 2

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"Você está preparado para morrer?" 

Como queria poder recitar estas palavras antes de levar as almas das pessoas comigo... 

Cansada, tristonha e entediada. Entediada, isso sim é o que me define. Por fazer a mesma coisa todos os dias, pegar almas de pessoas inocentes às pessoas corruptas.

Conversar com meus superiores tornaram-se um hábito. Meus motivos para isto é: quero morrer, entretanto, quem ficará com o meu legado?

Para deixar o tédio, decidi brincar. Brincar com as pessoas. Pessoas que me despertaram interesse, essas que conseguirem sobreviver a minha brincadeira, herdarão o meu legado.

Enquanto o jogo não está pronto, meus favoritos continuam vivendo normalmente.

***

Sexta-feira, 13 de Fevereiro.

07:01 AM

Dylan se espreguiçava na cama, tinha acabado de acordar. Desligou o despertador do celular que alarmava pela quarta vez.

Olhou para a janela, tendo a imagem de sua vizinha, — que ainda estava ainda de pijama — e lembrou-se rapidamente do ocorrido de dois dias atrás.

Coçou a nuca desajeitando-o mais ainda o seu cabelo vermelho. Devo procurar saber se ela está bem? — perguntou a ele mesmo. 

(...)

Apolline, em no seu quarto, deitou-se novamente na cama, encarava o teto e respondia à ligação de Maria, sua amiga de infância.

— Sim, Maria — Suspirou — já disse que estou bem.

— Não, eu não irei sair hoje a tarde, pode vim aqui em casa.

— Aham. — Ela afastou o celular de seu ouvido. — Um dia ainda irei ficar surda Maria, tenha piedade de mim. — Ela olhou o relógio — Depois conversamos, Maria. Tenho que me arrumar para ir ao colégio. 

Levantou-se, olhando a janela — que já virou um costume para a garota, mal conseguia disfarçar, uma boba — na esperança de ver o garoto de cabelos escarlate, porque, ainda não agradeceu a ele. Decidiu ir tomar um banho e ao terminar, caminhou até seu quarto, enrolada na toalha, tinha esquecido seu uniforme em cima da cama. 

— É ele! — apressou os passos até a janela, o garoto estava sentado no parapeito da janela do quarto dele, tocando violão. Pisando em passos firmes e diretos, determinada ela ia. Isso, vai lá garota, arrasa! Tenho certeza que ele não vai se importar em te ver de tolha.  

Apolline tomou um susto com ela mesma, deu um pequeno grito de espanto por estar daquele jeito. E ele olhou porque ouviu... E a toalha caiu, ficando apenas de calcinha na frente da janela... — Ai meu Deus! — abaixou-se tão depressa que saiu derrubando tudo que estava na frente. 

Apolline não era feia, muito longe disso. Apesar dos seus seios pequenos arrebitados, seu corpo ainda era padrão e muito cobiçado. Dylan gostou do que viu, mesmo sem ter a intenção de ver. Sinceramente, esses dois formam um bom entretenimento para o dia-a-dia, amo romances adolescentes! 

Já devidamente vestida, após conseguir puxar as cortinas da janela agachada, desceu as escadas. A casa dos Merman's já estava completamente arrumada, sem nenhum sinal de mudança espalhado pela casa como nos dias anteriores.

Seu pai estava na poltrona lendo jornal, e sua mãe preparava o café na cozinha.

— Bom dia, pai.

— Bom dia filha, não está atrasada?

— E-er, estava conversando com Maria, por isso.

— Duas tagarelas. — Suspirou.

DESTINATÁRIO DAS COVASWhere stories live. Discover now