Capítulo dois (Parte II)

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Kiara adorava ouvir histórias sobre as cidades que visitava, mas não estava conseguindo acompanhar o padre Lorenzo, sua cabeça estava carregada e seus olhos estavam atentos a tudo que estava ao seu redor.

A igreja de San Genaro era maravilhosa, e ela estava completamente apaixonada por tudo como já era de se esperar. Ela caminhou pelo local, observando e ouvindo o padre Lorenzo contar sobre algumas das histórias do lugar, passar algum tempo ali parecia muito atraente naquele momento.

— Esse lugar é fascinante — Kiara falou.

— Eu sou um homem afortunado por estar nesse lugar todos os dias, não sou? — Kiara assentiu e Lorenzo raspou a garganta antes de voltar a falar. — Acha que podemos conversar no escritório da paróquia? Precisamos formalizar alguns assuntos, certo?

— Claro — Kiara confirmou ao perceber a entonação séria do homem grisalho à sua frente.

Os dois caminharam comentando sobre a arquitetura do local, e após atravessarem um enorme pátio que separava a Igreja San Genaro da Casa Paroquial, Kiara avistou uma placa branca que dizia "Casa Paroquial de San Genaro", ainda na mesma placa havia o direcionamento para os dormitórios e escritórios, Kiara e Lorenzo seguiram para o lado dos escritórios.

Lorenzo parecia um homem firme e decidido apesar de seu olhar sereno que transmitia paz. Kiara havia notado que o homem poderia ajudá-la ou ir pelo caminho contrário e atrapalhar, principalmente se ele resolvesse abrir a boca e falar demais.

— Fique à vontade — Lorenzo falou ao entrar no escritório, e Kiara o seguiu, fechando a porta atrás de si. Ela olhou ao redor e não conseguiu contar a quantidade de crucifixos havia ali. Mas reparou nas belas estátuas de anjos que estavam acomodadas em uma pequena estante. Eram miniaturas, porém eram belíssimas. — Essas obras são de um artesão local. Nada comparado ao que você já deve ter visto por aí.

— Toda arte possui uma beleza e riqueza que é única. Não importa se o autor é renomado ou não — Kiara explicou, virando-se para o padre. — Nunca julgaria o trabalho de um artista, pois é a reflexão de sua alma e de sua criatividade.

— É uma atitude muito sensata — Lorenzo pontuou. — Mas sente-se. Estou curioso para entender mais sobre a sua visita.

— Tem algo em particular que queira saber? — Kiara perguntou, sentando-se na poltrona de couro marrom. Ficando de frente para o padre que a encarava com cuidado, como se temesse a presença dela ali. Kiara estava acostumada com aquele comportamento. — Sabe que não posso revelar tudo o que realmente pretendo fazer por aqui, certo?

— Claro, senhorita. Mas não é todo dia que o FBI manda uma investigadora até uma igreja no sul da Itália.

— Acredito que você provavelmente já imagina o que seja — Kiara resolveu jogar com o padre Lorenzo, apesar de saber que o FBI tinha contado para ele o motivo de sua visita ali, mas queria saber até onde ele sabia. O homem grisalho assentiu e uniu as duas mãos em seu colo.

— Algo relacionado às artes sacras da minha igreja seria um gatilho — O padre começou a falar e ficou claro para Kiara que ele não sabia tanto assim quanto ela imaginava. — Roubos delas para ser mais exato. Isso nunca aconteceu aqui, devo alertá-la de antemão. Fiquei um tanto quanto estupefato com isso.

— Não queríamos dizer que algo foi roubado aqui, mas que alguém pode vir a roubar — Kiara disse com cautela, usando suas melhores habilidades de atriz. — Eu vim em busca de uma vasta pesquisa de campo em busca de entender a motivação do roubo das artes sacras e ver o nível daqui, se vocês correm risco ou algo do tipo, já que recebem muitas visitas de historiadores, como eu. Não é nada sério, mas o governo americano gosta de saber de tudo.

Tentação Proibida (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora