Aquele do Halloween

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Não estava nenhum pouco acostumada com tanta atenção voltada a mim, e naquela manhã, já tinha dado satisfação da minha vida para várias pessoas que tinham visto a cena do meu quase mergulho, ou as que souberam por fofoqueiros de plantão que estavam no deck naquele momento.

Na academia malhei por cerca de uma hora, e os olhares voltados para mim desanimaram meu treino. Subi para o quarto e tomei um banho rápido, pensando se subia para a aula de dança, mas desisti. Resolvi que ficaria por ali até o almoço com o capitão, assistindo um pouco de televisão e mexendo em minhas redes sociais.

Perto das 12h, coloquei um shorts e uma camiseta detalhada, com um tênis. Deixei os cabelos soltos e caminhei até o salão principal, onde encontrei Leon digitando em seu celular e segurava um chapéu na outra mão. Ele estava de bermuda, uma camiseta gola V, sapatênis e óculos escuro. Os músculos sempre a mostra me faziam suspirar, e ao me aproximar ele guardou o celular, como se sentisse meu cheiro ao seu redor.

Abriu um sorriso ao me ver e não pude deixar de retribuir, recebendo o chapéu direto na cabeça, seguida de sua mão que estendeu em seguida. As pessoas agora pareciam ter focado no que fazíamos, mas não me importei por hora, ao menos estava viva graças à ele.

– Tudo bem? – perguntou assim que nos cumprimentamos com beijos nas bochechas e eu concordei. – Dormiu bem?

– Sim, e você, tudo certo? – começamos caminhar em direção ao lado de fora.

– É, sim – sorriu sem graça, colocando as mãos dentro do bolso da bermuda que usava.

– Problemas com seu pai? – ele balançou a cabeça negativamente, voltando os olhos para qualquer lugar que não fosse eu. Mentiroso. – Ele é muito persuasivo, huh? Fiquei até sem jeito de negar este convite, mas não estou muito confortável com isso.

– Se não quiser ir, não precisa. Eu dou um jeito, uma desculpa, não sei – ele parou em minha frente, o que me fez sorrir.

– Não, nós iremos e quem sabe eu não fale algumas coisinhas sobre você – pisquei, fazendo-o rir. – Obrigada pelo chapéu, acho que é muito melhor que o meu.

– Você fica linda de qualquer forma – elogiou, seguindo em minha frente.

Quando chegamos à porta do restaurante, o maître nos direcionou a mesa o de o capitão do navio estava sentado juntamente com uma mulher linda, e uma garotinha que aparentava ter por volta dos 12 anos. Leon foi a frente, onde cumprimentou-as com beijos na bochecha e na testa.

– Mãe – ele indicou a mulher loira que usava colar de pérolas e um vestido púrpura. Ela era linda, e voltei a pensar que a beleza também vinha dali. – Esta é Moara, a moça que quase derrubei do navio. E esta é minha mãe, Úrsula.

– Prazer, minha querida – a mulher sorriu, passando as mãos pelos meus fios negros do cabelo.

– Prazer é todo meu, senhora – dei dois beijos em sua bochecha, e ela balançou a cabeça reprovando o senhora.

– E esta é Maitê, minha irmã mais nova – massageou os ombros da pequena, que ficou em pé para me cumprimentar.

– Como está se sentindo, moça? – o capitão perguntou e senti minha mãos suarem. Leon puxou uma cadeira para que eu me sentasse, e depois acomodou-se ao meu lado.

– Estou bem, obrigada! – respondi apenas, levando os olhos para Leon.

– Onde você mora? – me perguntou Úrsula, tirando a atenção do marido que estava escolhendo os pratos que iria pedir.

– Eu sou do Rio, especificamente Botafogo.

– Moramos em Copacabana – gracejou Leon, voltando os olhos para o menu em suas mãos. – Como nunca te vi por lá?

Como Sobreviver Em Um Cruzeiro [COMPLETO]Where stories live. Discover now