Aquele do baile de gala

493 77 23
                                    

Ainda estava terminando de fechar a minha sandália quando a porta do elevador abriu no andar da minha cabine. Procurei o cartão dentro da pequena bolsinha que eu havia adotado durante aqueles dias no cruzeiro.

Minha cabeça estava doendo um pouco, mesmo que não tivesse bebido tanto. Olhei no relógio enquanto saía do elevador, era por volta das 2h, e a festa do lado de fora ainda estava rolando, mas eu estava exausta. Caminhei para meu quarto, e quando cheguei à porta, ouvi outra porta se abrir e virei o rosto para olhar quem saía dali.

Vi Leon sair de bermuda com cabelos molhados e uma camiseta branca simples da sua cabine. Sua cara não estava nada boa, os olhos estavam com olheiras fundas e estavam levemente pesados.

Acredito que ele nem me viu, pois apertou o botão do elevador e encostou-se à parede em frente olhando para baixo, colocando a mão na barriga. Desisti de abrir a porta e fui em sua direção. Ouvindo meus passos, levantou os olhos e abriu um sorriso não muito contente.

— Desistiu cedo da festa?

— Fiquei um pouco cansada — fiz careta, e ele riu. — O que houve com você?

— Acho que comi alguma coisa que me fez mal — disse, fazendo uma careta e depois um bico. — Deve ter sido o hambúrguer.

— Você nem chegou ir para o show? — levantei a sobrancelha curiosa e ele negou. — E aonde está indo agora?

— Vou até à enfermaria — o elevador chegou e ele se movimentou.

— Vou com você.

Entramos juntos no elevador e eu apertei o andar da enfermaria. Nas condições que ele estava, não iria negar uma companhia. Abraçou-me pela cintura e fechei os olhos sentindo o cheiro de sabonete emanar do seu corpo. Seus cabelos molhados pingavam sobre meus ombros e arrepiavam a minha pele.

Seu toque era acolhedor. Nunca ia saber explicar o que eu sentia quando ele estava dando carinho à mim, e cheguei a uma conclusão não tão boa àquela altura do campeonato em relação à Leon — esse foi o primeiro erro que cometi. Até a porta do elevador se abrir e a gente se separar sem desfazer do toque de mão.

— Você está com um perfume diferente — comentou rindo, e eu pisquei algumas vezes um pouco nervosa.

— Yumi não largou do meu pé, é o perfume dela — e esse foi o segundo erro que eu cometi.

Na recepção expliquei o que ele estava sentindo mediante ao que ele tinha me dito. A mulher pediu para que ele deitasse em uma das macas, e eu me sentei na cadeira fofa ao lado, ainda acariciando seus dedos.

O médico passou para examina-lo rápido e receitou alguns medicamentos na veia para parar de vomitar e ter náuseas. A enfermeira preparou o que fora receitado, e logo estava sonolento na maca devido à medicação.

Depois de alguns minutos ali, ele foi liberado e receitado alguns comprimidos que a enfermeira entregou caso desse náuseas de novo. Segundo o médico, ele teria que beber bastante água e soro para desintoxicação e me responsabilizei por providenciar logo pela manhã.

— Pronto, vou te deixar em seu quarto — falei, andando em direção ao lado direito do elevador, mas ele reclamou. — O que?

— Fica comigo — pediu me abraçando.

— Preciso tomar banho — passei as mãos pelas suas costas, e beijei seu pescoço. — A gente se vê mais tarde, que tal?

— Posso dormir com você então? — fez bico se separando um pouco e eu não resisti revirar os olhos.

— Tudo bem.

Entramos na minha cabine e ele caiu direto na cama, enquanto eu comecei a me desfazer das roupas para tomar um banho. Demorei um pouco mais devido à água quente deliciosa, e também aos meus pensamentos que faziam questão de não me deixar em paz. Coloquei meu conjunto de shortdool e caminhei até a cama, encontrando Leon já dormindo.

Como Sobreviver Em Um Cruzeiro [COMPLETO]Where stories live. Discover now