Aquele da jacuzzi

544 78 21
                                    

A volta até o ponto de encontro com o restante da galera foi tranquila. O silêncio era tudo que eu ouvia junto com o gralhar das gaivotas que voavam ao horizonte, e o sol nascia ao leste, iluminando aos poucos a água.

Olhei para Leon, que atencioso pilotava a lancha de volta para terra firme. Aproveitei para tirar uma foto dele ao nascer do sol, com o sorriso que para mim, era mais iluminado do que o próprio sol.

Eu ainda não o conhecia tanto para saber de suas vontades e manias, mas por incrível que pareça, era algo que eu queria e muito.

Quando chegamos de volta aonde estava estacionado o carro, toda a galera estava lá. A diferença era que Sarah e Edu estavam com roupas brancas, fora os anéis e enguias.

– Resolvemos visitar um centro Umbandista aqui próximo – ela apontou. – Eles nos acolheram tão bem e ainda nos deram esses colares de proteção e amor.

Bruno estava de óculos escuros sentado no chão e Vinícius estava um pouco quieto demais. Olhei confusa para Leon que apenas revirou os olhos e parou com as mãos na cintura.

– Se meteram em uma briga – chamou a atenção dos dois, que sorriram amarelo. – Pode tirar os óculos, Bruno. Sei que há um roxo bem grande aí!

E realmente tinha.

– Estávamos de boa na balada, e eu vi uma mina – Bruno começou a narrar. – Ela era muito linda, sabe!? Tipo... Avião mesmo. Só que eu não sabia que o namorado dela era um ogro, cara. Ele viu de longe eu dando uma cantada, juro que foram das boas, e veio tirar satisfação como se a moça fosse propriedade dele, como se eu fosse adivinhar que ela era compromissada. E aí que eu fui muito educado, e pedi desculpas para a moça, e o cara achou ruim. Disse que eu teria que pedir desculpas para ele, e foi aí que ele me socou.

– Alguns homens e seus pensamentos antiquados de que a mulher é sua propriedade – revirei os olhos, e olhei para Bruno. – Gostei da sua atitude de se desculpar com ela, está de parabéns, Bruno.

– Viu? – ele bufou, voltando a colocar os óculos. – Eu sou um cavalheiro, mas ninguém reconhece isso!

Chegamos ao navio às 8h, e assim que coloquei os pés para fora do carro, a mão de Leon segurou a minha. Esperou que todos se afastassem, e então voltou os olhos para mim.

– Vou te buscar às 23h em seu quarto, para fazermos alguma coisa, pode ser!? – perguntou e eu dei de ombros, concordando.

Segui em direção à piscina e encontrei minhas amigas tomando café em uma das mesinhas. Elas acenaram de longe e caminhei até lá, sentando em uma das cadeiras vazias. Começaram um questionário de onde havia ido, o que fizemos, se rolou alguma coisa, e logo passei todos os detalhes para elas dos acontecidos.

– Então estamos: Moa 3. Yumi 4, porque beijou o Lucas...

– Que? – perguntei rindo surpresa.

– Pois é! – Paula concordou tomando o resto do seu suco de morango. – Essa garota está realmente muito pistoleira.

– Ah, qual é? Estou levando a sério, mas quando voltarmos para o Rio, vou aprumar – disse me olhando risonha. – Vocês queriam essa Yumi, e aqui está ela!

– Espero que ela nunca vá embora, isso sim – Paula concluiu, piscando para a outra. – Enfim, eu estou com 5!

– Oi? – levantei a sobrancelha surpresa.

– Os corações da Rainha de Copas rendeu – Paula jogou os cabelos, anotando em um guardanapo nossos nomes e os números. – E aí, vai parar por aqui, Moa? Já conseguiu um peguete fixo, né!? Vai desistir ou pretende continuar.

Como Sobreviver Em Um Cruzeiro [COMPLETO]Where stories live. Discover now