Beijos e Tatuagens

Capítulo 2 - Beijos com gosto de café

Depois daquele beijo, a imagem de Hannah teimava em povoar meus pensamentos. Também pudera, eu não sairia ileso depois de beijar uma mulher tão linda e tão atraente como ela, e por esse motivo eu ansiava com o momento em que eu a veria de novo.

É claro que eu pegaria o número do telefone dela para combinarmos de nos vermos novamente. Eu estava inquieto e não sossegaria enquanto não tivesse um tempo a mais com ela, e eu esperava que fosse logo. Quer dizer, que fosse no tempo dela, pois não queria que Hannah se sentisse pressionada ou nada do tipo. Ela sabia do meu interesse por ela e eu sabia que era recíproco, mas não adiantava apressar as coisas e pelo que ela me contou em algumas das vezes que conversamos por mensagem, ela tem uma rotina bem cheia e está sempre ocupada com o trabalho. De qualquer forma esperaria pacientemente ― ou nem tanto ― o momento em que ela pudesse sair comigo.

E esse dia chegou.

Quatro ou cinco dias depois daquele dia no bar, logo depois do horário do almoço, recebi uma mensagem dela. Ela não disse diretamente, mas o fato de ela me mencionar estar grata pelo expediente terminar mais cedo naquele dia me fez entender a sua intenção. Ao me responder que eu poderia ligar para ela, não perdi tempo e logo fiz a ligação.

― Oi, Levi.

Sua voz era doce e tranquila. A imagem dela me veio à cabeça novamente e meu corpo logo gritou a vontade de tê-la por perto novamente.

― Oi, Hannah. ― Devolvi o cumprimento com um sorriso incontido nos lábios. ― Sai mais cedo hoje, então?

― Graças a Deus! ― Ela disse e respirou aliviada, pude perceber isso. ― Há um bom tempo eu venho ficando até mais tarde no trabalho por conta da demanda, mas hoje Deus sorriu para mim.

Eu acabei rindo do seu jeito de falar. Além de linda, era divertida. Não sei se meu coração vai aguentar!

― Então, ― eu disse, o coração batendo forte pelo que viria a seguir ― posso convidá-la para um café?

― Café? ― Sua voz saiu cheia de surpresa. ― Oh, claro! Eu adoraria.

― Certo, ― tentei controlar meu tom de voz ― você poderia me passar endereço e o horário que sai do trabalho? Faço questão de te buscar.

― Hum... ― ela pareceu pensativa, já que demorou alguns segundos para me responder ― eu te mando por mensagem o endereço. ― Ela respondeu. ― Hoje eu saio às quatro.

― Tudo bem, eu estarei te esperando às quatro, de frente o seu trabalho. ― Sorri com a resposta enquanto pensava na imagem daquela morena linda saindo pela porta do seu local de trabalho. ― Tem algum lugar específico onde você gostaria de ir?

― Eu deixo isso por sua conta. ― Ela respondeu e riu ao final da frase. Linda!

― Tudo bem, eu aceito a missão. ― Nós dois rimos. ― Não te atrapalharei mais, Hannah. Estarei aí às quatro.

― Tudo bem, então. ― Ouvi a sua voz doce e fechei as mãos em punho, tamanho desejo. ― Até mais tarde.

― Até. ― Ela respondeu timidamente e encerrou a chamada.

Eu iria vê-la e não sossegaria enquanto não provasse seus lábios com gosto de café.

***

Às três e cinquenta da tarde eu estacionei a minha moto de frente ao prédio onde Hannah trabalhava, a redação de uma revista de grande circulação. Tirei meu capacete e coloquei-o no guidão da moto. Encostei-me à minha máquina e com os braços cruzados e o coração ansioso enquanto os minutos passavam arrastados, mas meu corpo enrijeceu assim que aquela morena dos olhos cor de terra saiu pela porta de vidro daquele enorme prédio. Hannah usava uma blusa preta canelada de gola alta, calça jeans cintura alta, bota de salto quadrado de cano curto e um casaco caramelo. Ela estava simplesmente maravilhosa e eu não conseguia tirar meus olhos dela. E eu também não queria.