Capítulo 04

61 16 0
                                    

Em mais um dia de trabalho com seu amigo, Stevan, o guarda teve um dia um pouco diferente do que imaginava. Quando estavam no meio do expediente, a senhorita Davies e o príncipe Edwin, passaram pelos dois e os cumprimentaram.

— Bom dia! — disse Anne, passando na frente deles acompanhada do governante.

Como fazia parte do protocolo, eles não responderam. O príncipe recuou alguns passos e ordenou:

— Por favor, respondam a senhorita. — sua voz estava firme.

— Bom dia, senhorita Davies. — Stevan respondeu.

— Vocês estão bem? — Anne parecia estar se divertindo com a situação.

— Sim. E a senhorita? Recuperou-se da saudade do senhor Steve? — agora foi a vez de John.

— Meu Deus! Vocês lembram disso! ­­— ela se desvencilhou do braço da autoridade e se dirigiu aos dois. — Acredite, eu superei a falta dele. Aqui tenho muitas pessoas para conversar.

— Sim, nós sabemos. — John respondeu a deixando animada com a conversa.

— Diga-me, qual o nome de vocês? — enquanto ela conversava com eles, o príncipe olhava a situação com uma certa confusão e questionamento no olhar, pois não estava acostumado com esse tipo de acontecimento.

— Sou o John. — apresentou-se.

— Sou Stevan.

— Bem, sou a Anne, apesar de já saberem disso. É um enorme prazer conhecê-los. ­— John ainda estava apreensivo com essa conversa pois o protocolo não estava sendo seguido. — Você me parece ser pai. Aposto como tem uma filha, uma princesa. — Foi impossível para ele conter o sorriso ao lembrar de sua preciosa filha. — Como é o nome dela?

— Sara. Ela tem seis anos. — respondeu sendo breve, pois ainda estava se acostumando com a situação.

— Sara! Por Deus, eu sabia. Bem, quando eu voltar para a livraria, leve Sara lá. Darei um livro de princesa para ela. — O homem concordou com a cabeça e o príncipe continuava atento a interação deles. — Foi bom conversar com vocês. Em breve nos veremos novamente.

— Respondam a senhorita Davies sempre que ela se direcionar a vocês. — o príncipe intrui-os e então seguiram seu caminho.

Os dois guardas se entreolharam incrédulos, tentando entender o que havia acontecido.

Houveram outros encontros rotineiros com a senhorita Davies nos corredores do palácio e os guardas sempre acataram à ordem do príncipe em responder todas as vezes em que Anne se dirigia a eles, os guardas passavam várias horas conversando ou ouvindo sobre a vida nada emocionante dela. Um dia, John acabou revelando como acabou assumindo a posição de guarda no palácio, o sofrimento da esposa ao vê-lo partir para honrar com sua obrigações e a lembrança que isso traz de seu falecido pai. E a senhorita Davies, sempre era muito atenciosa e ouvia a tudo o quanto se dizia.

­— E foi assim que parei aqui. — finalizando sua história concluiu.

— Como está sua esposa agora? E sua filha?

— Elas estão bem, graças a Deus. Phoebe entende agora que eu preciso trabalhar aqui para termos um meio para nos manter, mas é difícil. A despedida que temos todas as vezes que venho para cá, é sempre acompanhada de um quantidade de tristeza, porém eu sei que minha esposa tem confiado mais e mais no Senhor. Hoje ela já lida com essa situação bem melhor do que no início da minha carreira.

— Pode ter certeza que o Senhor está com vocês. Eu estarei orando e entregando a Deus sua família.

— Obrigado por essas palavras, significam muito. Não nego que me preocupo com elas enquanto estou aqui, mas, ao mesmo tempo, eu sei que o Senhor está as protegendo assim como eu também estou debaixo da Sua mão. E mesmo se algo vier a acontecer, Deus está no controle de tudo e é Soberano sobre todas as coisas. Phoebe tem exercitado sua fé e se aproximado muito mais do Criador também. Por mais que essa situação seja complicada, "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito"*.

— Amém! As adversidades que temos na vida do cristão devem ser entregues na mão do nosso Senhor, pois apenas Ele pode nos dar a força necessária para enfrentá-las.

Ao ouvir essas palavras, John percebeu que Anne tinha um brilho diferente no olhar, e a estadia dela e do irmão naquele lugar, tinha um propósito muito maior do que imaginavam.

Sem sombra de dúvidas, todos no palácio tinham grande apreço por aqueles irmãos que repentinamente chegaram ali.

*Romanos 8:28

739 palavras

A História De Um GuardaWhere stories live. Discover now