Capítulo 46

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Elis

Vejo todos me olhando muito sério, parece que falei a maior barbaridade do mundo.

_Como assim Elis, ir embora? Por quê?

Bruno me pergunta com uma cara nada boa, tô de saco cheio já. Ele me confunde, esta semana ele se mostrou ser tudo que eu sempre quis que ele fosse.

Mexeu com minha cabeça e o meu coração, descobri que amo ele, na verdade não sei se algum dia deixei de amar, ou se aprendi á ama-lo de novo!

E ainda tem o que aconteceu aquela noite, eu estou perdida, cada vez mais tenho vontade de dar uma chance para nós, de ter uma família, e ele é tão maravilhoso com o Rick!

Mas tem a esposa, eu sei que ele quer o divorcio, mas ela não. Ela esta lutando pelo casamento dela, e sempre que penso nisso me sinto mal.

Afinal ela não esta errada, deve ama-lo de verdade, e tudo isso deve ser terrível para ela.

E quando penso nisso, a culpa me esmaga, me sinto a pior das mulheres, uma destruidora de lares. Então vou embora, preciso de distancia dele, preciso por minha cabeça e meu coração em ordem.

_Indo embora uai! Entrando em um avião, e voltando para casa.

_Mas por quê? Assim do nada?

_Não é do nada, já fiz o que vim fazer aqui, quero voltar para minha vida.

_E não achou que poderia ter perguntado o que eu acho? Afinal você pretende levar meu filho junto!

Bruno esta vermelho, vejo que esta ficando nervoso, mas adivinha? Também estou!

Me levanto apoio as mãos na mesa e chego meu rosto perto do dele, que esta sentado na minha frente.

_Pretendo não. Eu vou, levar meu filho, de volta para casa dele, para vida dele.

_Isto não é justo Elis!

_Claro que é, foi o que combinamos. Iriamos resolver tudo, e nós voltaríamos para casa. Tudo esta resolvido, então vamos embora.

_Mas eu não quero que vocês vão!

Ele falou de um jeito tão terno, com olhar triste, que quase me desarmou.

Me sentei de novo na cadeira, respirei fundo, tentei equilibrar meus sentimentos.

_Nossaaaa! Isto foi tenso.

Só agora com a Lara falando me lembrei que não estávamos sozinhos, estavam todos ali, calados, olhando sem graça.

Olhei para meu filho do meu lado, e ele estava com os olhinhos cheios de lagrimas, a expressão do rosto tão tristinha.

_Desculpe a todos, pela discussão. Mas realmente vamos embora amanhã, minha mãe esta com saudades de nós, e eu preciso retomar minha vida.

_Você não vai mudar de ideia?

_Não Bruno, não vou. Mas você sabe que sempre vai poder ir visitar o Rick, o dia que quiser, nunca vou interferir nisso. Vocês todos podem ir, sempre.

_Ok!

Olhando a expressão triste do Bruno e de todos na mesa, meu coração cortou, mas não vou voltar atrás da minha decisão.

_Eu não vo!

Olho espantada para o Rick, que diz com uma convicção muito firme para uma criança.

_Que isso filho?

_Não vo mamãe, não quero.

_Mas amor a vovó Claudia e a dinda estão morrendo de saudades, e sua escolinha, seus amigos.

_Não quero ir, a vovó e a dinda, pode morar aqui também. A casa é grandona cabe todo mundo.

_Não é assim que a coisas funcionam Rick.

_A vó Luiza deixa elas mora aqui. Não deixa vó?

Luiza me olha sem saber o que responder, é claro que ela deixaria ele fazer o que quisesse, mas não vai dizer, para não complicar ainda mais as coisas.

_Vêm filho, vamos dormir, amanhã você vai estar mais calmo.

Me levanto, para pega-lo na cadeira, mas ele se recusa a vim comigo.

_Não quero você, que meu pai.

_Filho!

_Quero meu pai.

_Tudo bem Elis, deixa ele, ele esta com raiva e triste é normal. Pensa como deve ser difícil para uma criança.

_Você esta certa Adriana obrigada.

Ela me abraça pelos ombros.

_Vamos tomar um chá para acalmarmos.

_Ótima ideia mãe, vamos vovó?

_Vamos sim queridas, e vou preparar o meu chá especial.

Saímos para cozinha, e eu senti uma dor diferente, bem no coração. Pela primeira vez senti que decepcionei meu filho, que ele me odiava.

Rick

Tô muito bravo com minha mamãe, não quero ir embora, eu gosto daqui, com meu papai. Eu quero que os dois fiquem juntos, igual todos os papais.

Minha vovó Claudia e dinda podem morar aqui também, ai eu ia ficar muito feliz.

Acordei cedinho, acho que é porque esta tudo silencio, abri a porta do quarto e não vi ninguém, olhei a janela e ta meio escuro, meio claro, não sei se é dia ou noite, pego minha mochila coloco meus bonecos de herói e visto um casaco em cima do pijama.

Tenho um plano vou me esconder, até passar a hora de ir embora.

Saio pela casa e ta todo mundo dormindo, onde vou mês esconder, aqui dentro não, vão me achar rápido.

Estava andando pelo lado de fora da casa para achar um lugar para me esconder, passei perto do portão, tinha um moço dormindo dentro de uma casinha, achei aquilo bem legal. Mas ali o moço vai me ver quando acordar, já ia voltar para procurar outro lugar, quando uma moça bonita chegou perto do portão e começou conversar comigo.

ArrependidoDär berättelser lever. Upptäck nu