•Capítulo 1•

207 17 15
                                    

Danielle Sena🍀
Jacarezinho / Rio de Janeiro.
Sábado / 17:45 PM.

Que merda! Eu me sinto uma fudida que todos os dias se afunda mais na porra das drogas, quem diria! Eu me tornei a pessoa que eu mais temia ser, a que desconta a porra dos problemas na droga.

Eu me sinto horrível por isso, eu me sinto suja, me sinto fraca por ter caído nisso. É um caminho tão sem volta, me sinto completamente perdida, sem um caminho, sem um rumo...

Suspirei fundo saindo do beco e indo até uma lanchonete que tinha aqui na favela.

Cheguei no balcão e não tinha ninguém, assobiei e saiu uma senhora.

— Ô querida, desculpe, só um minuto.

— Tá de boa.

— CATARINA! VEM AQUI CARAMBA!

A senhora saiu gritando lá pra dentro e ri.

Logo saiu uma menina e veio na minha direção.

— Pois não.

— Me vê uma latinha de coca e um salgado, pra viagem, por favor. — Pedi e ela assentiu indo pegar o salgado e a coca.

— Tá aqui. — Trouxe o salgado e a coca cada um em uma sacola. Dei o dinheiro pra ela e ajeitei a bolsa nas minhas costas.

— Obrigada. — Falei e fui saindo.

Final de tarde e tava muito agitado, já que era sábado e tinha baile por aqui. Raramente eu vinha pro baile daqui, ia mais pro da Penha.

Quando cheguei na entrada da favela parei de andar e peguei meu celular pra chamar um Uber. Entrei no aplicativo e ficava somente procurando motorista e nada de achar um prostituto pra aceitar a corrida.

Enquanto procurava um motorista, observei as coisas ao meu redor, numa outra esquina tinha uma rodinha de homens conversando e foi quando uma loira chegou gritando com um dos homens, e ele puxou ela pra um canto e começou a apontar o dedo na cara dela, ele era alto, branco, tatuado, com o disfarce, um tchutchuco.

Olhei pro celular e vi que um tinha aceitado e respirei aliviada, ele tava a uns dez minutos daqui.

Quando olhei novamente pra outra esquina, os dois não estavam mais lá, meu espírito fofoqueira ficou curiosa pra saber o que tinha acontecido, mais deixei pra lá, deveria ser só mais uma que descobriu alguma traição.

(...)
21:00 PM.

Coloquei um vestido coladinho preto, que é até o meio da coxa, com decote em V que realça bastante meu bronze. Calcei um salto Yves Saint Laurent, e uma bolsa da mesma marca, da cor preta.

Passei um batom bem vermelho e dei uma ajeitada nos meus cílios postiços.

Fui até a portaria do prédio pedir Uber pra ir pro aniversário da filha de um amigo do meu pai, como ele não estava no Rio, eu que tinha que ir sozinha, pra não fazer desfeita e ir em nome dele.

O Uber logo chegou, abri a porta de trás do carro e entrei.

— Boa noite! — Falei e fechei a porta.

— Boa noite! — O moço falou e logo deu partida.

O aniversário da garota era num espaço bem conhecido, se não me engano era aniversário de dezoito anos dela.

Olhei pro céu da janela do carro e vi que o céu tava limpo, a noite seria bem agradável.

Não demorou muito pra chegar no local e já vi um grande movimento de carros e o moço parou o carro indicando que já tinha chegado no destino.

Canção InfantilWhere stories live. Discover now