CAPÍTULO 29

4.8K 132 3
                                    

CESAR

Nossa sobremesa chegou e eu fico totalmente hipnotizado vendo aquela mulher comer. O sorriso que se formava sempre que o sorvete de morango entrava em contato com sua língua, ou quando fechava os olhos para saborear melhor... Essa mulher é inteiramente perfeita.

...

Não entramos no carro, ficamos nos encarando encostados na porta do mesmo. Sorri pra ela e levei minha mão até seu rosto, afastando a pequena mecha que ela deixou solta do rabo de cavalo. Ela afasta a mecha que está do outro lado e se aproxima mais de mim. Ainda a olhando eu vou descendo minha mão até que ela esteja junto a sua, a seguro e volto a olhar em seus olhos. Começamos a nos aproximar ao mesmo tempo e finalmente nos beijamos. Minha língua pede passagem e ela sede sem contestação, exploro sua boca com o doce gostinho de morango e dou um sorriso em meio ao beijo, aos poucos vou me afastando e consigo ve-la sorri antes de abrir os olhos. Aperto mais a sua mão e começo a andar ainda de costas para a rua, e ela me acompanha.

- N-não vamos entrar no carro? _ pergunta.

- Quero te levar em outro lugar antes _ eu falo e me viro para rua.

- Onde? _ ela anda um pouco mais rápido e fica ao meu lado.

- Um lugar onde eu nunca levei ninguém, um lugar importante pra mim, assim como você _ a olho e ela está sorrindo.

- Sério? _ ela pergunta com um brilho novo nos olhos.

- Não podia estar falando mais sério _ eu falo e então atravessamos a rua.

- Não vamos de carro? _ pergunta.

- É aqui perto... há anos não vou lá e eu nem sei o porque _ falo e ela concorda com a cabeça. - Está um pouco abandonada, mas eu nunca deixei de pagar as contas e tem uma pessoa que a limpa por mim...

- Então é uma casa? _ ela pergunta.

- Talvez _ falo com um sorriso ladino.

...

Sem mais perguntas nós seguimos caminho. Quando chegamos ao antigo casarão dos meus avós, tirei o bolo de chaves do meu bolso e procurei a chave do portão.

- Eu nunca tinha reparado nessa casa _ ela fala a olhando minuciosamente.

- Acho que passei mais tempo da minha infância aqui do que na casa dos meus pais _ falo.

- E porque deixou de vir? _ pergunta.

- A morte deles levou consigo toda a alegria da casa _ eu falo triste e destranco o portão.

- Eu tenho certeza que eles não gostariam que você se fosse e deixasse o ninho de amor deles para trás _ ela fala.

- Só é difícil olhar pra essa casa e saber que eles não estão mais lá _ falo subindo as escadas e chegando a porta de entrada.

- Então comece a escrever uma nova história para a casa _ ela fala e eu decido não render mais assunto.

Abro a porta e entramos, ligo a luz e os móveis antigos porém bem conservados se fazem presente na pequena sala de entrada.

- É tudo um pouco antigo, tirando a televisão e os utensílios de cozinha _ eu falo.

- A casa é linda _ ela diz admirada e então começa a andar pela casa. Continuo no mesmo lugar, não sei exatamente o que me fez a trazer aqui, é um lugar de uma importância enorme pra mim. A vejo maravilhada ao encostar no porta retrato que guarda uma foto minha quando pequeno. - Que lindo, é você? _ ela pergunta.

- Eu devia ter uns cinco anos quando essa foto foi tirada _ eu falo e me aproximo com as mãos no bolso. Fico atrás dela reparando a foto. - Foi no parque, não me lembro do dia mas minha vó vivia me contando que eu fiz a maior birra pra tirar essa foto _ ela sorri e se vira pra mim.

Vendida ao dono do morroWhere stories live. Discover now