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Eram três da manhã, a madrugada estava fria e a névoa cobria boa parte das ruas entre um beco a outro. Antonella caminhava sem se preocupar se alguém a veria.

Ao lado de lobo, que estava sempre com ela, caminha pela rua a caminho do túmulo de sua mãe.

Ela caminhou tranquilamente até chegar no cemitério, um portão com grades e um cadeado faziam com que aquela visita tivesse sido em vão. 

Antonella sorriu e pulou o muro, andou por entre os túmulos e seguiu para aquele que a interessava.

Se aproximou do túmulo, colocou a rosa que havia trazido consigo sentando-se no chão, levou a sua mão nos lábios e deu um beijo passando para a lápide de sua mãe. 

— Oi, mamãe!

Antonella sorriu triste.

— Me desculpe por não vir antes... sempre venho aqui e você deve ter estranhado o meu sumiço, me perdoe, mas aconteceu tanta coisa mãe que eu não sei por onde começar. 

Antonella enxugou seus olhos. 

— Não está sendo fácil para mim isso tudo sabe? — Antonella respirou fundo. — O tempo passou, mas ainda me dói todos os dias, eu sinto como se o meu coração estivesse sendo esmagado.

Ela colocou a mão no peito e deu leves batidas. 

— Eu ainda sinto tudo que senti naquele dia, mãe, eu ainda sinto aquela raiva, aquela sensação de perda, a minha primeira desilusão.

Anto se lembrou do Jeff. 

— Do Jeff.

Antonella começou a chorar desesperadamente, ela mal conseguia respirar. 

— Eu queria estar lá naquele dia, mãe e assim eu teria impedindo que você fosse morta — Antonella passava a mão no nome de sua mãe. — Por minha culpa, porque eu não estava lá quando você mais precisava de mim, eu falhei como filha, por favor me perdoe. 

Ela respirou fundo. 

— Eu não sou normal e não digo isso apenas pelo demônio vivendo dentro de mim, mas por ser filha do diabo. 

Antonella deu uma risada irônica.

— Se Deus não tivesse te abandonado você nunca teria feito um pacto com o lúcifer... não ele não está sendo ruim comigo, ao contrário disso ele está me tratando tão bem, mas eu sei que existe algo por trás de tanta generosidade dele.

Ela pensou por alguns segundos e antes que falasse algo, lobo começou a rosnar e Antonella se levantou. 

— Quem está aí? 

Saiu do meio da escuridão um homem que foi se aproximando. 

— É lindo o amor que você ainda tem pela sua mãe. 

Antonella o olhou. 

— Você é? 

— Miguel, essa é a minha verdadeira face. 

— O que tá fazendo aqui? 

Lobo rosnou ficando na frente de Antonella, a menina tocou na cabeça dele que o fez se calar. 

— Estava passando por aqui... 

— Tenho cara de idiota? Quer mesmo que eu acredite que você estava passando por aqui e me viu sozinha e veio fazer companhia? 

— Você não devia estar aqui.

— Olha, eu agradeço a preocupação, mas não preciso que cuidem de mim, não preciso de outro Lúcifer para atazanar minha vida. 

3• Desejos Pecaminosos - Série Desejos |RESPOSTANDO|Where stories live. Discover now