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Ouviam-se atentamente aos gritos agudos vindo por todos os lados, estava escuro e o rosto era impossível de ser identificado, mas certamente era desesperador.

As ruas estavam com grandes rachaduras, as lojas com as vidraças despedaçadas no chão e os prédios estavam caindo. 

Movimentando se o corpo para dar uma volta geral, aquilo parecia o fim dos tempos, o apocalipse havia chegado. 

Havia pessoas lutando, mas não conseguia ver o rosto deles. 

Os prédios caíam como se com apenas um sopro eles viessem ao chão, em meio ao desespero uma voz feminina parecia dar risadas se divertindo. 

Mas também em meio a tudo isso ouvia se longe um choro de uma criança, Antonella caminhou até os choros e parou quando viu um menininho. 

Ao ter os olhos dele com os dela, a garota acordou. 

[...]

No dia seguinte, Antonella foi visitar Lúcifer e Astaroth. 

— Veio fazer uma visitinha para seu pai? — perguntou Lúcifer de costas para Antonella. — Quanta consideração se contar que estou preso aqui por absolutamente nada. 

— Nada? — perguntou Anto. — Matar a minha mãe pode não ter significado nada para você, mas para mim sim. 

Lúcifer se virou para ficar de frente com sua filha. 

— Você está péssima, não dormiu bem? 

— Você se importa? — Antonella perguntou fria. 

— Se estou perguntando, não sou essa pessoa horrível que você pensa. 

— Você matou a minha mãe — Antonella o olhou com repugnância.

— De novo? Vai falar isso até quando? 

— Olha, eu não quero discutir nada com você. 

— Eu disse que era um erro te deixar com a sua alma, você será atormentada por tudo que viveu pelo resto da sua vida e sem a sua alma…

— Sem a minha mãe eu seria você em uma versão feminina e não quero isso. 

— Quanto desprezo pelo próprio pai a sua alma…

— É a minha fraqueza — interrompeu Antonella. — Eu já sei porque você repete isso há dois anos. 

— E esse continua sendo o meu pior erro deixar você com sua alma, mas pensando agora não sei se você tem uma. 

— Só porque te prendi aí dentro? 

— Sim, esse foi o seu pior pecado. 

— Mas eu me lembro claramente também te pedindo para nos livrarmos desse demônio dentro de você, mas não entendo porque ninguém nunca me ouve. 

Lúcifer visualizou o que disse.

— Primeiro meu pai e agora você e sem sua alma eu não estaria preso aqui. 

— Sem minha alma eu não poderia sentir o ódio que sinto por você. 

— Talvez eu seja cruel, pode até me culpar por tudo no mundo, mas não pela morte da Márcia?

— E, porque não? — perguntou Antonella. — Você seria o que mais ganharia com tudo isso ou eu estou errada? 

— Eu gostava da sua mãe Antonella — disse Lúcifer. — Não vou dizer que a amava, mas eu a respeitava e isso é muito raro de acontecer. 

Antonella saiu deixando Lúcifer sem uma resposta. 

— Você respeita alguém? — Astaroth perguntou o encarando. 

— Você ouviu a conversa dos outros? — Lúcifer olha em sua direção. 

— Estamos presos no mesmo lugar caso não tenha percebido e seria impossível não ouvir, mas cá entre nós eu não sabia que o diabo tinha sentimentos, essa é uma grande novidade, está ficando frouxo em diabinho. 

Astaroth debochou de Lúcifer. 

— A sua sorte é que eu estou preso aqui — Lúcifer ficou com seus olhos vermelhos. 

— Temos que focar Lúcifer, logo iremos começar com o plano. 

— Vamos fazer isso, eu quero sair daqui logo. 

[...]

Antonella estava sentada no trono de Lúcifer quando uma mulher apareceu de cabelos vermelhos cutos. 

— Olá!

Falou parando em frente ao trono, chamando a atenção de Antonella, que imediatamente o olhou. 

— Você se perdeu na vinda para o inferno? 

— Oh, não! — sorriu. L— Sou a Rory irmã do Lúcifer. 

— Irmã do Lúcifer? — Antonella a olhou de cima para baixo. 

— Sim — Rory acenou. — Eu cheguei bem depois o Lúcifer já tinha sido expulso. 

— E o que faz aqui? 

— Eu quero conhecer o meu irmão. 

— Entendo. 

— Antonella, será que eu poderia conhecer meu irmão? — Rory pediu delicadamente. — Ele está por aqui ou...

— Claro, ele está, sim, eu mesma vou levar vocês até ele, me acompanham por aqui. 

Antonella se levantou do trono e seguiu para o lugar onde Lúcifer estava, ela apontou para a cela e de longe já se via o pai da moça deitado no chão olhando para o nada daquele local.

Antonella sorriu para Rory que era agora sua tia e saiu deixando que ela continuasse sozinha até chegar em seu destino.

Lúcifer olhou para o lado de onde vinha Rory e se levantou bruscamente do chão. Ela se aproximou e parou ali o olhando de cima em baixo. 

Rory não disse uma palavra, ainda estava paralisada olhando para o irmão por finalmente encontrar el depois de muitos anos.

— Você vai ficar me encarando? — Lúcifer perguntou sem paciência. — Me acha bonito? Está admirada com o que vê? Ou você, além de patética, é muda?

Rory balançou a cabeça e sorriu olhando para Lúcifer, que não mudava a sua expressão de desinteresse sequer um segundo. 

— Olá Lúcifer — Rory o olhava sem parar. — Ou eu devo dizer... irmão.

 irmão

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3• Desejos Pecaminosos - Série Desejos |RESPOSTANDO|Where stories live. Discover now