Capítulo 27

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Sabrina

Quando eu acordei ainda estava la mo barraco, deitada na cama, do mesmo jeito em que eu me lembro.

Tentei levantar e senti dor em cada parte do meu corpo, onde nunca tinha doído tanto antes.

Olhei para os meus braços e eles estavam roxos, minhas pernas, pé, mão, tudo machucado.

Meu Deus! - unica coisa que eu sabia pronunciar.

Levantei rápido e me sentei sentindo todo meu corpo latejar, principalmente minha cabeça.

Peguei meu celular e ja se passa das uma da manhã, liguei para Liliane, minha unica saída.

Mas quem disse que ela atendia?

Juntei forças do além e me obriguei a levantar daquela cama, sai do quarto e ele estava deitado na sala.

Eu queria matar ele, ou fazer algo parecido do que ele fez comigo.

Mas como?

Nao tenho forças nem para andar, quem dirá matar alguém muito mais forte que eu.

Fiz o mínimo barulho possível e sai daquela casa me apoiando nos lugares para não perder o equilíbrio.

Ainda estava meio zonza.

Passava pelos becos quase caindo, não sabia se ia conseguir chegar na minha casa.

Minha visão cada vez mais foi ficando escura, eu perdi o equilíbrio por um segundo e cai na rua.

Ouvi alguém me chamar, eu tentava enxergar mas nao conseguia.

Desmaiei novamente.

......

Quando acordei, estava deitada na rua, algumas pessoas perto de mim.

O sol ilumimando tudo e fazendo meus olhos arderem.

Xx: Se vocês não vão ajudar, não atrapalhem também!

Uma senhora gritou, assim que chegou.

Xx: Você esta bem? Precisa de ajuda?

Sabrina: Eu... eu.. preci... so... i.. ir... pra ca... sa.. - estava com muita dificuldade para falar.

Tudo em mim continuava doendo. 

Xx: Vem vou te ajudar, Victor me ajuda levar ela pra casa.

Victor: Mas vó, o Vinícius não vai gostar nada disso.

Xx: A casa é minha e eu vou levar ela sim! Anda!

O tal Victor me pegou no colo e foi me levando pra algum lugar da favela, ainda estava enxergando bem pouco.

Tudo meio turvo.

Assim que chegamos ele me levou para o sofá e ela foi fazer um chá.

Voltou e me entregou a xícara.

Xx: Isso vai ajudar a relaxar um pouco, pode beber.

Falou e assim eu fiz.

Se tivesse veneno ou algo que me matasse, seria otimo.

Ja que o imprestável não conseguiu essa proeza.

Sabrina: Obrigada!

Xx: Por nada! Vou pegar as coisas para ajudar nesses ferimentos.

Sabrina: Não precisa, eu vou pra casa.

Xx: Imagina menina! Eu tenho meu neto nessa vida, vivo cuidando de machucados assim, eu ja volto!

Falou e saiu, sem me deixar responder.

Victor: Minha vó é assim, esta tudo bem!

Sabrina: Não queria causar nenhum trabalho para ela, sei me cuidar.

Victor: Ela só vai limpar e ai você volta pra casa, pode ser?

Sabrina: Pode.

Falei por fim e fiquei bebendo o chá.

Derrepente a porta se abre, mas não consigo ver quem é.

Deve ser o neto que a mesma citou.

Espero que ele nao fale nada para Negrito, sobre eu estar na casa dele.

Xx: Porque demorou tanto? Passou a noite fora e não avisou! De novo!

Esbravejou.

Assim que a pessoa começou a falar e a andar sentido sala, onde eu estava, travei.

Minha respiração foi aumentando e eu estava para passar mal.

Eu estou na casa dele.

Na casa da familia dele.

Ai meu Deus!

É hoje que eu morro.

Negrito: Dona Marta, eu tive um compromisso de última hora, estava na boca, foi mal.

Victor: Você esta bem?

Negrito: Quem esta aqui?

Falou antes de entrar na sala.

Marta: Achei uma menina desmaiada no beco hoje e trouxe ela para ca, vou cuidar dela e você trate de achar que fez isso com ela viu?!

Foi falando e sua voz foi cada ficando cada vez mais longe.

Sabia que ela estava indo pegar as coisas para cuidar dos machucados que o neto dela fez.

Na hora ele entrou na sala e fechou a cara.

Negrito: Ta fazendo oque aqui? Quer me arrastar, filha da puta?

Sabrina: Eu juro que nao foi por mal.

Negrito: Não foi por mal? Eu vou te matar Sabrina!

Me ameaçou com um olhar estranho.

Meu Jesus, me ajuda.

Comecei a chorar sem saber oque fazer.

Victor: Você fez isso com ela?

Negrito: Não se mete!

Victor: Vinícius, eu não acredito!

Negrito: Tu nem sabe oque rolou, cala a boca!

Victor: Ele que te bateu?

Oque eu iria falar?

Negrito faltava me matar pelo olhar.

Eu travei e só sabia chorar.

Sabrina: Me deixa ir embora, por favor!

Marta: Não, eu vou cuidar de você e meu neto vai atrás de quem fez isso, nao vai?

Negrito: Vou, eu levo ela pra casa e no caminho me conta, né não, parceira?

Falou e eu concordei contra a minha vontade.

Oque iria adiantar ela cuidar dos ferimentos que o neto dela fez, se ele é capaz de fazer pior quando a gente sair daqui?

Que caralho!

Sabrina (M) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora