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Audrey Thompson

Finalmente sábado!
Já estou em casa, sentada no sofá, pensando no que fazer.

- filha - minha mãe senta no sofá, ao meu lado - me conta tudo

- entrei em um clube que faz caridade, é obrigatório fazer alguma atividade extracurricular. Eu fiz amizades lá, tem a Anne que é a líder, é a que eu estou mais próxima, tem a Flora, o Etan e o Max, são pessoas muito legais, Anne fala mais que a boca, Flora já é mais quieta, porém muito legal, Etan é mais fechado mas é um cara incrível e Max é bem extrovertido e animado - começo contando com empolgação - já te falei do Harry né? já. Bom também tem a Amy mãe, ela está ajudando muito a brook, pois ela vai e volta do trabalho com a Brooklyn, ela é uma pessoa super da paz sabe, hippie?aquela garota das pedras e do incenso! Perfeita. A Sam e a Brook são minhas melhores amigas mãe, acho que nem no meu grupinho antigo eu me sentia tão bem. E os meninos, bom, continuam sendo os meninos né - rimos juntas - Brook tá passando por um momento pesado sabe, mãe - respiro fundo - ela tá destruída por dentro, imagina você ter que sair desesperada atrás de um emprego apenas para ir morar sozinha, para ter paz?sendo menor de idade, tipo assim, a menina tem dezessete anos mãe, não é justo - digo com toda indignação - graças a Deus o diretor indicou ela pra uma padaria chiquérrima, ela é muito bem paga lá! E com isso ela já pode alugar um AP! A melhor notícia da semana - conto e minha mãe abre um sorriso e põe a mão no peito, emocionada - ela vai com um cara que ela conheceu lá na padaria, ele é de maior e tal - ela arqueia as sobrancelhas - ele é confiável! é gay, não vai fazer nada com ela, relaxa mãe! - digo rindo da cara dela

- ah sim! - ela diz aliviada - que bom que você se encaixou lá, minha filha - ela diz - é lamentável sua amiga estar passando por isso tão nova! Mas Deus está com ela né - assinto - e a festa? Está muito animada?

- estou muito animada! - digo já ficando eufórica - espero que ela goste do presente - digo

- e o mais filha?alguma encrenca? - ela diz como se quisesse falar "conheço a filha que tenho"

- a mãe... - mudo a feição, pois lembro do momento ruim - Ashley disse algo que me fez chorar muito...mas a culpa não é dela - digo

Eu não quero dizer pra minha mãe o que foi, porque ela fica mal quando eu toco nesse assunto.

- Aiai - ela faz uma cara desconfiada - o que essa menina te disse?

- nada não sério mãe, eu só estava emotiva mesmo - digo e ela balança a cabeça negativamente

- de qualquer maneira, você sabe que pode me falar - ela levanta e da um beijo na minha bochecha - vou terminar o almoço, e você vai separar tudo pra na hora que você for se arrumar não ter nenhuma confusão

Ela sai e eu me levanto também, já subindo as escadas indo para o meu quarto. Entro e paro na porta.

- que que eu vim fazer mesmo? - penso

Eu realmente esqueci. Simplesmente não sei o que vim fazer. Respiro fundo e desço as escadas, subindo denovo e parando na porta.

Lembrei. Vim arrumar minhas coisas.
Dou risada de mim mesma e entro no closet, pois guardei a sacola do vestido aqui. Retiro o vestido da embalagem, seguro ele nos braços com cuidado. Pego a bolsa que vou usar, é uma preta mesmo, sem muitos detalhes, mas uma bolsa bem elegante, pra combinar com o resto do look. Pego também o salto alto, que muito provavelmente não vou aguentar andar em cima dele. Não costumo usar sapatos que não seja tênis ou chinelo, mas tenho saltos para casos assim. Saio do closet e coloco tudo em cima da cama com delicadeza pra não estragar nada.

Thompson Where stories live. Discover now