32

12 2 12
                                    

continuando de onde parei

Audrey Thompson

Sigo meio estranha depois daquilo, passou um minuto e eu ainda estou pensando. Eu não gosto que as meninas fiquem me empurrando pra garotos, isso é chato e parece que eu estou implorando por um macho, isso é horrível. Mas isso aí foi só uma coisa pra me fazer voltar ao estado que eu estava antes de sair de casa.
Bom, eu estive pensando muito naquele garoto, mas eu sempre fugi, empurrava qualquer pensamento que questionasse isso. Só que de uns dias para cá as coisas mudaram, eu comecei a sentir algo diferente, de alguma forma eu me sentia bem perto dele, eu gosto de ver ele se preocupando comigo, mesmo disfarçadamente, eu gosto quando ele vem encher meu saco e não me deixa ler em paz, ele nunca me deixa sozinha perto de garotos com olhares maldosos, inclusive, já me protegeu várias vezes (o mínimo, sim, mas eu derreti com esse cuidado) e eu até comecei a me sentir desconfortável quando outras garotas se aproximam dele ou ele se aproximasse delas, e esse desconforto aumenta só de imaginar que ele pode beijar qualquer garota a hora que ele quer. Percebendo essa enxurrada de novos sentimentos eu me assustei muito, e fui obrigada a parar para pensar e assumir para mim mesmo. Assumir o que? Que eu gosto dele.
Ver ele fazendo aquele gol e me procurar com os olhos na arquibancada só para mostrar que o gol foi para mim foi inesquecível, só eu sei o que senti naquele momento. Meus olhos até encheram de lágrimas, mas eu as limpei rapidamente.
E foi alí, naquele momento, que eu percebi que estou apaixonada por Oliver Müller.
E talvez vocês pensem "apaixonada é uma palavra muito forte" sim, é por isso que eu usei ela, porque o que eu sinto por aquele cara é mais do que um simples "gostar", e eu não sei o que fazer sobre isso. Eu tenho vontade de chorar só de pensar, eu já quase chorei cinco vezes do caminho de casa para cá. Tenho quase certeza de que não é recíproco, e agora vou ter que aguentar essa dor até essa paixão "passar". Isso é uma merda. Eu não devia gostar de um menino como ele, que é lindo, mas não é responsável, pega sem se apegar e não tá nem aí para ninguém, entretanto, eu não tenho como controlar meus sentimentos, e eu consigo enxergar um cara simplesmente incrível no Oliver. É isso, eu estou apaixonada por um pegador.

- Audrey, vamos logo – Sam mexe no meu braço e eu volto a terra

- que? Vamos aonde? – pergunto ainda confusa

- buscar salgados – Brook fala, então ela pega um dos meus braços e a loira fica com o outro

Me solto delas e nós chegamos na mesa, na outra sala. Comemos alguns salgados que estão uma delícia e resolvemos voltar para a primeira sala.

- já tem mais gente – Brook diz olhando pro tanto de gente que nos cerca

- vamos escolher um lugar pra ficar – digo já encostando no canto da parede

Elas chegam junto e nós começamos a conversar, mas as vezes eu perco o foco, e elas sempre perguntam o por que, e eu não respondo.

- eu já volto – Sam diz saindo sem esperar resposta

Ficamos eu e Brooklyn conversando e rindo um pouco até ela ver Amy passando e ir atrás para falar com ela, avisando que já estaria de volta. Apenas observo os meninos mexerem no som e algumas meninas do grupo de líderes em volta ansiosas pelas músicas.
Ligo o celular, coloco no Instagram e começo a postar as fotos do jogo nos storys. Fico rolando o feed, sem nada para ver, parece que toda as vezes que a gente precisa do Instagram ele deixa a gente na mão. Droga.

Thompson Où les histoires vivent. Découvrez maintenant