Capítulo 12 - Interesse Romântico

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Pelo resto da semana, Hipólita agiu como se não tivesse acontecido nada

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Pelo resto da semana, Hipólita agiu como se não tivesse acontecido nada. Se fosse qualquer outra pessoa, eu até acreditaria, mas em se tratando da minha irmã eu sabia que era uma grande mentira. Eu e os gêmeos estávamos mais tranquilos depois do susto inicial, mas ela era a mais sensível, a mais dramática, a mais ligada ao nosso pai.

E eu não fazia ideia do que se passava na sua cabeça porque ela não conversava comigo.

Sempre tive um relacionamento muito melhor com os gêmeos do que com ela, para ser sincera. Nós éramos muito diferentes e às vezes eu achava que Hipólita era um caso perdido na sociedade. Mas no fim do dia eu me importava com ela e bateria em qualquer engraçadinho que a fizesse sofrer.

Mesmo ela sendo uma vaquinha narcisista.

Eu não fazia ideia de até que ponto a chegada desse bebê afetaria as nossas vidas. Não sabia se meu pai passaria a ser mais presente, quebrando todo o nosso protocolo habitual. Também não sabia se nada mudaria e se a gente deveria querer que mudasse ou não. O que eu sabia é que o casamento seria no fim do ano e a nossa presença já fora requisitada.

Graças a Deus a minha mãe não podia mais engravidar.

― Cali, diz você que é antenada. Harry Potter ou Jogos Vorazes? – perguntou Vanessa.

― Sou adepta da não comparação para evitar transtornos futuros – falei e todo mundo riu. – Mas eu prefiro Jogos Vorazes.

― Nós não somos mais amigas depois dessa – ela deu uma mordida em seu hambúrguer para enfatizar.

Nós estávamos no quiosque do cinema comendo hambúrgueres com batata frita depois de ter assistido ao mais recente filme de ação em cartaz. Eu estava me dividindo entre conversar com Maurício e meu grupo de amigos do Rio pelo celular, e com a galera de Assunção ali na mesa. Era uma droga ver que meus amigos estavam vivendo coisas entre eles sem mim, mas não tinha escapatória. Eu queria tanto estar lá com eles e fazer parte das novas piadas internas que a dor chegava a ser física.

Mas eu teria que aprender a aceitar essa injustiça.

― Eu te contei? Meus amigos da 22 – a outra turma do segundo ano do nosso colégio – estão amando a sua mãe. Eles disseram que ela sempre para a aula pra falar sobre um mito grego – disse Gabriel. – Eu estou te odiando agora por ser filha dela.

Sendo filha da minha mãe, ela não dava aulas para a minha turma, como Hélio dissera. Ela, já que estamos falando sobre isso, também estava totalmente empolgada por voltar a dar aula em escolas. Segundo minha mãe, o magistério no ensino superior podia até ser mais lucrativo e mais estável, mas ela gostava mesmo era das crianças e adolescentes.

Vai entender essa mulher.

― Eu sabia que ela daria um jeito de fazer isso – comentei, passando uma batata no molho de maionese caseira. – Minha mãe não seria a minha mãe se não falasse sobre mitologia.

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