Capítulo 15 - Amantes Desafortunados

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Eu não consegui tirar os olhos dele a noite inteira

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Eu não consegui tirar os olhos dele a noite inteira.

E ele estava passando pelo mesmo problema que eu porque nossos olhares se encontravam a todo o momento. Grudavam-se de um jeito que fazia todo o resto da festa desaparecer e só restar nós dois. Mesmo quando ele estava conversando com os primos às gargalhadas em uma mesa e eu estava dançando loucamente com Gabriel, Gengibre e Sabrina.

Mesmo quando Vanessa, Patrícia e eu tirávamos selfies engraçadas e ele estava bebendo com os amigos no open bar. Ou quando eu e meus irmãos gêmeos roubávamos docinhos da mesa e ele dançava com as suas irmãs gêmeas ao mesmo tempo.

Não importa o que estivéssemos fazendo, nossos olhares se encontravam. E eu estava me sentindo preenchida, bêbada, descontrolada durante toda a noite. Em uma espécie de euforia e nervosismo pelo jogo que estávamos jogando.

Gato e rato. Sempre nos rodeando, trocando olhares, mas sem nos aproximarmos para o bote.

Marido Número 3 apresentou minha família aos seus sobrinhos, aliás. Aos seus dois irmãos, à vovó Becker e aos pais e irmã da sua esposa falecida também. Ela tinha uma filha de cinco anos que virou a melhor amiga de Selene em cinco minutos, e seus pais ficaram apaixonados pela minha mãe.

Parecia que as coisas estavam dando certo nesse sentido, pelo menos. Eu imaginei como seria ter meu avô aqui e fiquei com saudade dele na mesma hora. Ele sempre foi presente nas nossas vidas, sempre ajudou mamãe desde que ela se separou do senhor meu progenitor. Então eu poderia dizer com toda a convicção que ele era a figura paterna que eu idolatrava.

Eu gostava de pessoas idosas. Sempre achei que elas tinham as melhores conversas e muita história de vida pra contar. Então me julgue por eu passar uns bons vinte minutos conversando com a vovó Becker enquanto minha galera se acabava na pista de dança.

A festa estava sendo um sucesso e Stella parecia desfilar como a rainha do Egito. Ela finalmente estava se divertido, sorrindo e dançando com seus amigos. Mas enquanto todo mundo começava a dispensar o salto alto, ela se mantinha na altura dos seus quinze centímetros adicionais.

Dei um gole no meu coquetel de frutas e fiquei observando as coisas acontecerem a minha frente.

― Pensativa?

Levei um susto com aquela voz no meu ouvido e me virei para trás para encontrar os olhos de João mais uma vez. Seu cabelo já havia se rendido e ele tirara o terno e dobrara a camisa até os cotovelos. Estava um pouco suado, assim como a maioria dos jovens - incluindo eu. Mas de alguma maneira aquilo só o deixava mais atraente.

Meu coração se acelerou no momento em que ele se colocou ao meu lado, observando a festa igual a mim. Olhei pra ele de soslaio e cruzei os braços.

― Às vezes é bom se afastar por alguns minutos.

Ele assentiu, concordando comigo.

― Eu também acho. Mas você já está afastada a muito tempo da pista de dança.

Sob O Mesmo TetoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora