A Bailarina - Chaelisa

Capítulo 13 - Um dia na escuridão

Boa leitura :)
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Aquele dia não haveria aula, era o dia perfeito. Lisa poderia aproveitar todas as vinte e quatro horas com Rosé. Bom, quase isso. Depois daquele beijo, Lisa simplesmente não conseguiu tirar aquela garota da cabeça por nenhum minuto se quer. Ela queria ter a oportunidade de beijá-la de novo, sentir a pele macia dela contra a sua, e queria achar uma forma de fazer isso sem assustá-la, sem que parecesse que as intenções dela não eram boas.

Sentiu aquela familiar alegria lhe invadir quando Rosé abriu a porta da casa e caminhou até ela.

-Que bom que veio – ela sorriu.

-Eu disse que viria – Lisa disse com um leve sorriso.

-Minji vai adorar te ver - - riu.

-Não vejo a hora de encontrá-la – disse animadamente.

Lisa estava tentando fazer as coisas parecerem normais. Queria fazer o possível pra que o ocorrido do outro dia não a deixasse desconfortável. Precisava ir com calma estando com ela. Com as outras garotas sempre foi fácil, era só dizer umas palavras sedutoras, jogar um pouco de charme, as vezes nem era preciso fazer nada. Mas com Rosé era diferente, ela não podia ver, apenas sentir as coisas. Era um desafio interessante.

-Podemos ir? - Rosé perguntou.

-Claro – concordou.

As duas entraram no táxi e em poucos minutos estavam parando em frente ao instituto. Rosé segurou a mão de Lisa, seu coração reagindo mal ao simples contato, então as duas caminharam juntas pelo enorme pátio. Lisa só parou quando avistou a pequena garotinha brincando ali perto, um sorriso surgindo em seu rosto quando ela veio correndo em sua direção.

-Lili – ela se abaixou pra ficar na altura da menina e ela a abraçou.

-Oi, princesa – Lisa deu um beijo na bochecha dela – como você está?

-Bem – ela disse – senti saudades.

-Também senti, linda – disse com um sorriso.

-E não sentiu minha falta? – Rosé perguntou fazendo uma carinha triste.

-Claro que Lisa. Sim – Minji disse, mas não se soltou de

Lisa começou a rir discretamente, mas se sentiu um pouco culpada por roubar a atenção da menina só pra ela, mas Rosé não parecia realmente chateada, na verdade parecia divertida.

-Lili, já que você só me chama assim – a pequenina disse – posso ser a sua princesa?

-Claro que pode – disse sorrindo – você é a princesa mais linda do mundo.

A menininha sorriu e a abraçou de novo. Lisa nunca tive muito contato com crianças, nem recebia esse tipo de carinho de ninguém. Ela gostava disso, a fazia se sentir querida de verdade.

-Agora você é a minha princesa – brincou – posso te contar um segredo?

-Sim – ela respondeu animada.

Ela a pegou no colo e se afastou um pouco mais de Rosé, que ficou intrigada.

-Na verdade – Lisa sussurrou pra menina – eu estou apaixonada pela Rosé, assim como a tia Solar e a tia Moonbyul. Não quer me ajudar a conquistá-la?

A diretora do instituto era lésbian, casada com Megg. Lá, além de os ajudarem a viver com sua nova realidade, eles também explicavam que haviam outras diferenças além de não enxergar. Falavam abertamente sobre esses assuntos, já querendo abolir o preconceito. Se eles lutavam para não sofre-los, também não deviam praticá-los.