A Bailarina - Chaelisa

Capítulo 14 - Fellings

Boa leitura :)
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Já era noite quando Lisa acompanhou Rosé até em casa. Elas foram durante todo o caminho em silêncio, só aproveitando a companhia uma da outra. Na verdade, depois daquele dia diferente, Lisa estava tentando achar uma maneira de dizer a Rosé como se sentia. Não via sentido em ficar esperando por nada, ela queria estar com ela.

Quando finalmente chegaram em frente a casa dela, as duas pararam juntas na porta.

-Está entregue – Lisa disse.

-Obrigada por me acompanhar – ela sorriu pra ela

-Obrigada você por esse dia incrível – sorriu – nem sei o que dizer, foi tão...

-Diferente? – ela sugeriu.

-Também, mas eu ia dizer especial – deu de ombros – foi bom poder entender mais você.

Ela abaixou a cabeça com um meio sorriso no rosto e Lisa a ficou observando por um tempo. Precisava dizer aquilo agora.

-Rosie, eu queria conversar com você sobre o que aconteceu no outro dia – ela disse.

-Do que está falando? – ela perguntou fingindo não entender.

Na verdade, só não se sentia a vontade pra falar do assunto.

-Do nosso beijo – Lisa explicou.

-Já disse pra esquecer isso – Rosé falou – não fiquei zangada.

-Não é isso – Lisa interrompeu – sei que não está com raiva.

-Então o que é? - questionou.

-O problema é que desde o dia que te vi, não consigo te tirar da minha cabeça – disse – e aquele beijo não foi um simples impulso Rosé. Eu te beijei porque... Porque gosto de você.

-Eu... – ela não sabia bem o que deveria dizer – eu também gosto de você.

-Não, Rosé – ela disse rapidamente – quero dizer que estou apaixonada por você.

Naquele momento o coração dela parou de bater. Foi como se o chão e o resto do mundo tivesse sumido e só houvesse sobrado elas duas. Ela queria muito poder ver o rosto dela, aquela escuridão era irritante. Lisa chegou um pouco mais perto e Rosé prendeu a respiração.

-Espera – ela pediu erguendo a mão pra a parar.

-O que foi? – Lisa perguntou – você não gosta de mim?

-Gosto – confessou – é esse o problema.

-Como assim? Você gosta de mim e eu de você. Qual o problema nisso? – questionou extremamente confusa.

-O problema é que eu sou cega – ela respondeu.

-Sabe que isso não me importa, se importasse eu não estaria aqui – se aproximou mais.

-Tem certeza que não importa? – ela perguntou – somos tão diferentes. Como pode ter certeza de que isso não vai atrapalhar? Como sabe que pode lhe dar com isso?

-Eu amo você e isso pra mim já é o bastante, com o resto eu posso conviver.

-Lis...

-Rosé, por favor – ela implorou – não coloque dificuldades onde não existe. Seu problema não me importa e não quero que isso atrapalhe o que sinto por você. Você é especial.

Rosé sentira uma pequena lágrima escorrer por seu rosto, mas não era tristeza, era uma mistura de muitas outras coisas. Ninguém nunca havia lhe dito aquelas coisas, ninguém nunca disse “eu te amo” e que se dane o resto. Ela agora estava dizendo, ela a amava.

-Lisa, eu não sei o que dizer – ela confessou sentindo o corpo dela se chocar contra o seu.

-Só diga que sente o mesmo por mim – suplicou – o resto resolvemos depois.

Rosé suspirou derrotada. De que adiantava lutar contra o óbvio?

-Eu te amo e quero ficar com você – Rosé sussurrou.

Um sorriso enorme surgia no rosto de Lisa. Aquelas palavras encheram seu coração de uma alegria inexplicável.

Rosé a amava, Rosé também a amava e elas lidariam com o resto depois.

Agora ela só queria Rosé e mais nada.

Lisa segurou com muita delicadeza o rosto da garota entre suas mãos e então colou seus lábios nos dela. Foi um beijo calmo, cheio de paixão e incrivelmente mil vezes melhor que o primeiro. O beijo aos poucos foi ficando mais intenso e caloroso. Uma das mãos de Lisa prendia a cintura da menina contra a sua, enquanto a outra acariciava seu rosto. As mãos de Rosé estavam perdidas no cabelo da morena de olhos castanhos e ela podia sentir a língua dela brincando com sua. A melhor sensação de todo o mundo.

Rosé estava contente. Ela não precisava enxergar pra tê-la ao seu lado, pra poder senti-la. Ela sentia que não precisava ver nada se Lisa estivesse ali com ela, a companhia dela era o bastante.

Lisa era o bastante.

-Eu te amo – Lisa sussurrou contra os lábios dela.

-Eu também te amo – ela sorriu – e não quero me arrepender disso.

-Não vai – Lisa garantiu – eu prometo pra você, Rosie.

-Não vai mesmo se cansar de mim? Da minha incapacidade e...

-Shh – Lisa pôs o dedo na boca dela – nunca vou me cansar de você, vamos lidar com isso juntas, já disse.

-Promete? – Rosé pediu com uma pequena lágrima descendo por seus olhos.

-Eu prometo – Lisa disse secando a lágrima com um beijo.

Ela suspirou voltando a fechar os olhos. O que mais queria era que aquilo desse certo. Nunca havia sentido nada igual por alguém. Era um grande desafio amar alguém sem poder vê-la, mas elas tinham que conseguir, agora ela sentia que não tinha o menor sentido viver se Lisa não estivesse ali.

-Obrigada – Rosé sussurrou.

-Obrigada você – Lisa sorriu.

Então Lisa se inclinou para beijá-la mais uma vez. Agora que a tinha ali em seus braços, não precisava de mais nada pra ser feliz.

...

Aquela noite Lisa voltou pra casa com um enorme sorriso no rosto. Ela até tentou disfarçar, mas sem sucesso, estava feliz demais até pra fingir que não. Suas irmãs não deixaram de notar a estranha mudança de humor.

-Podemos perguntar qual o motivo de tanta alegria? – Jennie perguntou.

-Não, não podem – Lisa riu.

-Qual é? – Minnie fez careta – somos suas irmãs, conta pra gente.

Lisa sorriu.

-Eu estou apaixonada.

Jennie e Minnie caíram na gargalhada, aquilo só podia ser piada.

-Eu to falando sério – Lisa disse agora séria.

-Não brinca – Minnie arregalou os olhos – é sério mesmo?

Lisa não estava impressionada. Sabia que suas irmãs achariam aquilo estranho, afinal ela nunca foi de se apaixonar e se envolver de verdade com alguém, ela fazia mais o tipo cafajeste.

-Quem é a garota? – Jennie perguntou.

-Ou é um garoto? – Minnie riu com uma cara confusa.

-Na hora certa vocês vão saber – deu de ombros.

Ainda não era hora pra falar de Rosé pra elas. Esperaria mais um pouco até estar pronta. Por enquanto, ela só a queria e nada mais importava.

Seria apenas Rosé e Lisa, Lisa e Rosé.

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