Capítulo 17 - Você é tudo que eu preciso

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Boa leitura :)
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Lisa correu o máximo que pode na esperança de alcançar Rosé, não demorou muito pra que ela a visse caminhando. Parecia um pouco perdida, sem rumo. Lisa apertou um pouco mais o passo e segurou o braço dela com força antes que ela pudesse atravessar a rua.

-Me solta - ela gritou assustada, se debatendo contra ela.

-Calma, Rosé – pediu – sou eu, a Lisa.

-Eu sei – ela disse irritada – me larga.

Ah, é claro que ela sabia, ela sempre sabia que era Lisa. Não importava de onde ela viesse, como Lisa estivesse, Rosé sempre sabia. Lisa notou com um aperto no coração que ela estava chorando. Os olhos achocolatados, um pouco avermelhados.

-Rosie, por favor – pediu – vamos conversar.

-Não tenho nada pra falar com você – disse zangada – por que não vai atrás das suas amiguinhas? Não perca tempo com a ceguinha.

-Para, por favor – Lisa implorou – me deixa ao menos explicar.

-O que você vai dizer? Que não disse aquilo? Que eu escutei errado? – Rosé riu – eu sou cega, mas não sou surda.

-Rosie...

-Me larga agora ou eu vou começar a gritar e...

Lisa não deixou que ela terminasse a frase. Colou seus lábios aos dela de forma rude, fazendo-a se calar. Rosé resistiu no começo, empurrando os ombros da guria com raiva, querendo ela o mais longe possível. Mas conforme os lábios dela se mexiam contra os seus, ela foi se acalmando, incapaz de resistir ao que a morena de olhos verdes a fazia sentir. Rosé correspondeu ao beijo tentando manter o controle, afinal, estava com raiva e manteve suas mãos cuidadosamente longe de Lisa, e as lágrimas voltaram a descer sem que ela permitisse. Quando Lisa finalmente partiu o beijo, as duas estavam ofegantes e atordoadas.

-Vai parar de gritar e me ouvir agora? – Lisa perguntou.

-Tira suas mãos de mim – ela pediu – está me machucando.

Lisa percebeu que apertou os pulsos dela com certa força e os soltou na hora. Rosé ergueu o braço e acertou em cheio o rosto de Lisa, dando em seguida um passo pra trás, pondo os braços contra o peito protetoramente, ainda respirando com dificuldade. Lisa estava totalmente surpresa com a atitude de Rosé, mas não reclamou e nem esboçou reação alguma, sabia que merecia isso.

-Rosé, me desculpa – Lisa pediu.

-Estou cansada de ouvir suas desculpas – resmungou.

-Você entendeu tudo errado – Lisa disse – sei que tenho o costume feio de pisar na bola, mas aquilo que eu disse...

-Por que não se poupa dessa humilhação e vai embora? – Rosé a interrompeu de novo.

-Porque não vou perder você, não assim – disse séria – e você vai me ouvir.

Rosé até poderia tentar fugir e ignorá-la, mas aquele pequeno momento a deixava atordoada e confusa, ela não tinha certeza se sabia como chegar em casa. Maldita cegueira.

-Eu não contei sobre nós as minhas amigas, mas não foi porque eu não gosto de você. Tudo que eu te disse era verdade Rosie, eu te amo.

Rosé riu e passou a mão com impaciência pelo rosto.

-Eu não contei porque eu tive medo da reação delas, eu tive vergonha.

-Claro – assentiu – quem não teria vergonha de namorar uma ceguinha?

A Bailarina - ChaelisaWhere stories live. Discover now