10 de agosto de 2022
Querido vazio,
É irônico, não é? Quando você perde o medo da morte.
Todos nós vivemos a vida com a falsa esperança de que não vamos morrer, de que seremos eternos. O ser humano é tão ignorante ao ponto de ignorar a maior certeza que temos na vida para se alimentar de mentiras agradáveis, mas que estão vazias.
Vivemos nossas vidas tentando não pensar no dia que a morte virá nos buscar, tentando evitá-la e tendo medo do inevitável. Quanta ignorância.
A morte é algo censurado para crianças, adolescentes e adultos, mas, por quê? Eles não irão morrer também? Todos iremos. Acho que a morte deveria ser algo abordado de forma frequente.
Talvez, algum dia, em uma manhã ensolarada ou chuvosa, você acorde e pense "eu posso não acordar amanhã" e isso é como tirar o seu óculos cor de rosa e ver o mundo como ele realmente é. As cores ficam mais vibrantes, com um aspecto de vida e tonalidades de lucidez. Antes o que era monótono se torna animado. Você passa a valorizar as coisas mais simples porque entende que algum dia as coisas mais simples se tornarão algo inalcançável.
Mas infelizmente nem todos têm a sorte de acordar e perceber isso sem um fator principal. Às vezes é necessário acordar com uma ligação de alguém contando que uma pessoa especial para você acaba de morrer. Ou é necessário você se ver entre a vida e a morte, entre o conhecido e o desconhecido. Essas são as duas opções mais comuns para se aprender a valorizar a vida.
E eu? Eu comecei a valorizar a vida ontem, quando um homem de mais ou menos 40 anos morreu nos meus braços após levar uma facada no coração. Eu vi uma vida indo embora e não pude fazer nada para mudar isso.
A diferença é que eu havia tirado aquela vida. E a hipocrisisa é que eu não quis fazer nada para ele não morrer.
Com dúvidas se estou no caminho certo,
Mavena.11 de agosto de 2022
Querido vazio,
Primeiramente quero começar dizendo sobre a morte de Rufus.
Rufus é o homem que matei dois dias atrás. Como descobri? O rosto dele está estampado em todos os meios de comunicação possíveis. Todos o consideram desaparecido, eu sou a única que sei que o pobre homem está morto.
Tenho medo de que descubram que eu o matei, mas acho bem difícil já que tomei todas as medidas para que ninguém percebesse. E caso percebam, eu só preciso mostrar minha identidade e ao verem o meu sobrenome irão me liberar, talvez até peçam desculpas pelo "engano".
Quando deitei minha cabeça no travesseiro foi como estar de volta na cena. Ele estava lá, diante dos meus olhos, engasgando com o próprio sangue enquanto eu ria e dizia o quão inútil ele é. Não estava errada e ainda acho isso.
Não sinto culpa nem remorso, ele mereceu. Apenas tenho pena do que ele foi um dia e de todas as suas vítimas. Pode me chamar de psicopata, eu não ligo, na minha opinião, ele era o verdadeiro piscipata. Um piscicopata disfarçado de vereador.
Sem nenhum arrependimento,
Mavena.
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Enemies
General Fiction*ESTA OBRA É UM DARK ROMANCE* Três anos. Esse foi o tempo necessário para que Mavena se tornasse uma pessoa completamente oposta do que sempre foi. Após Zion Grey retornar do Canadá, ele se depara com uma garota de olhar frio e tomada pela indiferen...