Capítulo 6 - Abigail Surpresa.

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Aurora narrando:

A preocupação não me permitiu ter uma noite de sono, apesar de estar esgotada fisicamente. Eu dormi em cerca de quatro há cinco horas no máximo, e fiquei aguardando o dia amanhecer para poder saber o estado da Mavie.

Às 7h, enquanto planejo meu dia de folga, recebo uma mensagem da Abigail.

-- Bom dia, Aurora. Mavie está com alergia devido ao mofo do ambiente, está sendo medicada com os remédios que trouxe, foram os mesmos que os médicos exigiram. -- Leio.

Não é uma pneumonia, mas ainda sim uma alergia é preocupante, pode causar problemas respiratórios futuros. Me sinto aflita ainda, não só por ela como por outras crianças que lá residem.

Mia também está em casa hoje, ela começa seu primeiro dia amanhã como recepcionista. Bem, ela não me disse onde vai trabalhar ainda, mas receberá bem e isso vai facilitar as coisas daqui por diante.

Após o café bem quentinho da manhã, tomo um banho, me visto com um sobretudo marrom e aguardo Mia ficar pronta.

- Cada dia mais frio. - Sussurro pondo em minha cabeça uma touca de crochê preta, que trouxe mais realce ao meu ruivo ressecado e levemente encaracolado.

Mia se agasalha como eu em seguida, e nós fomos juntas até o orfanato. Nos acomodamos nos assentos da condução e visualizamos as gramas do chão tendo alguns pingos brancos e cristalinos.
- Imagina se você tem o azar de vê-lo hoje de novo. - Mia me tira da distração.

- Não me jogue essa praga, nunca te fiz nada. - Retruco e ela rir.
- Além do mais, não há necessidade do proprietário comparecer sempre, ele só precisa mandar um do seu pessoal administrar. - Acrescento. Ficamos em silêncio por alguns segundos, me fazendo acreditar que o assunto já teria finalmemte acabado.

- A não ser que ele queira te ver. - Sussurra.

Giro velozmente meu rosto em sua direção e a encaro irritada.
Ela sorrir.

- Eu só estou aliviando as coisas. - Comenta.
- Não entre vocês, mas só para você receber melhor a notícia de que eu fui contratada para ser recepcionista na IP Siren. - Finaliza.

- Puta merda, Mia... Você o que?! - Exclamo tão alto, que os passageiros focam em mim e o motorista me visualiza através do retrovisor.

Mia agarra meu pescoço e rapidamente tampa os meus lábios com as mãos. Minha reação e meus murmúrios são abafados, enquanto ela sorrir desconfortavelmente para os passageiros que ainda nos observava.

- Calma. - Ela me solta aos poucos.

- Mia, isso é ótimo. - Sussurro entusiasmada.

Ela franze o cenho e questiona... - Sério?

- É claro. - Digo baixo.
- Quer dizer, dificilmente consegue-se uma vaga lá. Um emprego incrível para você. - Acrescento.
- Como conseguiu? - Questiono.

- Bem... - Mia pausa.
- Você se lembra daquela vez que saí e cheguei bem tarde? - Pergunta.

- Ai, meu Deus! Você não se prostituiu, né?! - Novamente exclamo e chamo atenção dos passageiros.

Mia deixa os lábios entre abertos, completamente horrorizada, segura meu pulso e me puxa para as portas dos fundos da condução.
- Chega, vamos descer. - Diz baixo.

E eu saio do ônibus junto com ela, tentando conter minhas gargalhadas.
- Você é tão idiota! - Mia comenta enquanto nos afastamos.
- Agora iremos a pé. - Acrescenta como punição.

- Me desculpe. - Gargalho mais.
- Você deixou isso muito subdesentendido. - Acrescento com humor.

- E você confirmou, bem alto, mesmo sendo mentira. - Retruca irritada, mas com um pouco de humor.

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