Capítulo 75 - O Meu Bebê (Último Cap.)

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Aurora narrando:

Abro meus olhos levemente, recebendo a luz branca intensa de um hospital. Observo ao redor, encontrando-me em um quarto vazio, sem qualquer presença ao meu redor.

Um aperto no peito me domina, e sinto um ardor no nariz. Instintivamente, me sento na cama, assustada pela súbita solidão que me envolve.

Ao meu lado, vejo alguns aparelhos de alta qualidade desativados, perto também de uma bolsa de soro conectada ao meu braço esquerdo.
Ao outro lado, me deparo com uma poltrona branca, de couro, vazia.

Procuro nas vagas lembranças o exato momento em que desmaiei, o Ethan deveria estar aqui comigo, mas não está, ele se decidiu.

Me levanto, cuidadosamente, pisando descalças no chão gelado e caminho até o banheiro, levando comigo o suporte do soro.

Sem tontura, abaixo minha calcinha e faço minha necessidade básica. Enquanto isso, reparo minhas vestimentas: um roupão branco que substituiu as roupas comuns que usava na mansão.
Em que hospital estou? Me pergunto, notando todo o luxo, privacidade e higiene que não se encontra nos hospitais públicos.

Uso papel, lavo minhas mãos e as seco na toalha com embalagem.
Ao sair do banheiro, encontro meu prontuário preso na cama, lá dizia o nome do hospital, Alexianer St. Hedwig, um ótimo local de saúde, eles anotam que cheguei desacordada com o Ethan, depois, que administraram soro em minha veia. Mas, antes, coletaram meu sangue para exame, algo que eu nem imaginava.

Olho para o meu outro braço e vejo um pequeno furo, sem roxos ou vermelhidão, o que significa que não dói, mas ainda assim me entrego às lágrimas.

Tampo totalmente o meu rosto com as mãos e me permito chorar em pé, o som ecoando pelo quarto, como o desabafo de uma criança sem controle algum sobre suas próprias emoções.
Não sei se é por causa do simples furo ou do excesso de soro em meu organismo, mas sinto uma solidão avassaladora, um abandono que me consome.

A frase de Ethan, "Não podemos", ecoa incessantemente em minha cabeça, desencadeando soluços descontrolados, enquanto busco ar nos intervalos entre as lágrimas. Meus olhos vagueiam até a janela no canto do quarto, onde ele me trouxe e depois partiu.

Percebo que me sentiria exatamente assim ao chegar na outra casa naquele dia. Uma dor insuportável, adiada por tempo demais. O pior é saber que Ethan tomou essa decisão contra sua própria vontade, erroneamente pensando que tem o direito de decidir por mim.

A maçaneta gira, alertando a entrada de alguém, provavelmente uma enfermeira, mas eu não consigo me conter. No entanto, para minha surpresa, quem aparece é Ethan. Seus lábios se abrem em espanto ao me ver naquele estado, e ele se aproxima prontamente.

- Ei, o que aconteceu? - Pergunta, segurando meus pulsos suavemente, tentando encontrar meus olhos que eu escondia.

A emoção por vê-lo aqui, me faz entrar em outro turbilhão de lágrimas, eu não sei o que está acontecendo. Mesmo com as mãos afastadas do meu rosto, eu abaixo a cabeça e então ele decide me acalmar com um abraço.

Um DescasoWhere stories live. Discover now