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ANA FLÁVIA,
point off view.

A pior parte de beber, é acordar no dia seguinte

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A pior parte de beber, é acordar no dia seguinte.

Minha cabeça parecia que ia explodir e eu não tinha a mínima vontade de levantar da cama por nada. Por mais que estava me sentindo extremamente desconfortável com o vestido que eu vestia.

Escutei uma voz me chamar e eu murmurei algo que nem eu mesma compreendi. A mesma voz ficou mais perto e senti uma mão no meu ombro, me balançando e me obrigando a abrir os olhos. A confusão me atingiu quando percebi que quem estava me acordando era Gustavo. E pior que isso. Eu acordava pela segunda vez no seu quarto.

- Acorda, bela adormecida. - ele disse e eu pulei no lugar, rapidamente me sentando.

- Que porra eu tô fazendo aqui? - praticamente gritei, e me arrependi quando senti a dor aguda na minha cabeça.

- Calma. - disse levantando as mãos em rendição com um sorrisinho idiota.

Me levantei da cama em um pulo, pronta para o atacar se falasse algo imbecil.

- Só te trouxe aqui, porque não quis arriscar ir para sua casa e dar de cara com seu pai. - ele disse se explicando e eu o olhei confusa.

- Mas o que?

- Não se lembra da noite passada? De você tentando me agarrar? - me lembrei pouco a pouco da noite passada.

Do jantar chato. Eu e Gustavo saindo de lá e indo para uma festa. De mim dançando e o provocando, depois nos beijando. E por último, eu insinuando para continuarmos dentro do carro quando fomos interrompidos.

Meu rosto esquentou enquanto me lembrava, e era quase como se eu conseguisse sentir novamente seus lábios contra os meus, só de me lembrar do acontecimento.

- Se lembrou? - perguntou com ironia olhando diretamente para minhas bochechas coradas.

- Eu não estava tentando te agarrar. - murmurei sentindo minha cabeça doer ainda mais com tanta informação.

- Não precisa mentir. Aliás, você sabe que se quiser continuar, podemos fazer isso aqui e agora. - disse se aproximando e me olhando atentamente, enquanto um sorriso malicioso aparecia em seus lábios.

Soltei uma risada irônica, mas saiu nervosa, porque por algum motivo, eu estava ficando nervosa com a aproximação dele. Novamente minha mente viajou na noite anterior. Nos seus lábios nos meus. E sem meu consentimento, minha mente implorou para os céus que isso se repetisse.

Desviei meu olhar, sentindo meu rosto quente. E quanto mais eu olhava para Gustavo, parecia que mais minhas bochechas pegavam fogo.

Por que do nada, eu comecei a me sentir assim perto dele?

Quando voltei a olhar para ele, percebi que Gustavo estava mais perto de mim e dessa vez, ele estava sério. Qualquer vestígio de ironia havia sumido.

Seu olhar desceu para meus lábios e lentamente colocou suas mãos na minha cintura, como se estivesse com medo de eu sair correndo. E por mais que minha parte sensata dizia que era o melhor a se fazer, uma parte desconhecida por mim, gostava disso.

- Não. - eu disse ouvindo minha parte sensata, e coloquei minhas mãos no seu peito, impedindo que ele se aproximasse ainda mais.

- Por que? - perguntou em um baixo tom de voz.

- Já falei, se me quer só por diversão, isso não vai acontecer... - murmurei de volta, me controlando para não ceder e deixar ele fazer o que quiser comigo.

- E se eu não te quiser só por diversão? - meu coração bateu mais forte no meu peito com essa frase, e eu me perguntava, como que uma frase tão pequena conseguiu me desestabilizar por inteira?

- O que? - perguntei franzindo o cenho, ainda mantendo o tom de voz baixo.

- Não sei, morena... - ele disse parecendo tão confuso quanto eu. - Talvez eu queira algo a mais. Mas porque não deixamos as coisas acontecerem naturalmente entre nós?

Pisquei meus olhos, pega de surpresa. Não esperava que essas palavras iriam sair da boca de Gustavo.

- Como vou saber se não está mentindo só para me usar e depois me descartar?

- Eu posso ser muitas coisas, mas não sou mentiroso... - ele disse e senti ele aproximar mais seu corpo do meu, quando eu parei de tentar o afastar de mim. - E você vai ter que confiar em mim.

Fechei meus olhos, respirando fundo e não acreditando no que eu iria fazer.

- Espero que eu não me arrependa. - eu disse abrindo meus olhos novamente, e vi um sorriso aparecer no seu rosto.

- Não vai. - ele disse aproximando sua boca da minha.

- Acabei de acordar, não vai me beijar. - eu disse colocando meu dedo indicador no seus lábios e rindo.

Ele se afastou e eu fiquei sem saber o que fazer ou falar. Era estranho estar perto de Gustavo e não estar tentando o matar.

- Eu preciso ir embora. - eu disse depois de um tempo em silêncio.

- Sim, sim. - ele disse e foi em direção ao guarda roupa. Tirou de lá uma chave e se aproximou de mim. - Vamos?

Saimos da sua casa, e fiquei feliz em não esbarrar em ninguém da sua família. Gustavo pode ser suportável às vezes, mas sua família não é. Mas quem sou para julgar? A minha também não é a melhor.

Entramos no seu carro e ele dirigiu para minha casa. O caminho foi feito em silêncio, totalmente diferente do que acontecia na minha barriga, onde parecia que tinha milhares de borboletas voando por toda parte. Não sei porque estava me sentindo assim, e morria de medo de saber o motivo.

E se eu estivesse me apaixonando pelo Gustavo?

Isso seria um problema, já que eu não sei quais são os seus sentimentos sobre mim.

"O que eu tô pensando? É óbvio que eu não estou apaixonada por ele."

Minha mente insistia em dizer para todo meu corpo, mas parecia que me coração não queria ouvir, já que quando eu me despedi dele, meu coração acelerou mais por Gustavo do que já bateu por qualquer um.

Espero que ele não esteja apenas brincando comigo.

I hate you / miotela ✓Where stories live. Discover now