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                                    Carolina👑

Minha cabeça lateja e eu me forço a abrir os olhos.

Estou na cama do meu quarto, o quarto que dividi com meu marido durante os últimos 5 anos.

Só consigo pensar no alívio que senti quando o Ryan chegou na porta da casa do Victor, mal sabia que tudo ia ruir. Meu Deus, que situação horrível.

Me levanto da cama e dou o meu máximo para chegar o mais rápido possível no banheiro, tudo que estava no meu estômago agora está no vaso sanitário.

Seja lá o que ele usou para me dopar e me trazer pra cá me fez muito mal.

Dou descarga, abaixo a tampa e me sento.

Não acredito que estou aqui.  Eu achei que ser sequestrada por criminosos ia ser o pior momento da minha vida, mas agora acredito que ainda não passei por ele.

Olho na direção da janela do banheiro e vejo o sol. Que horas será que são?

Me levanto e vou até o quarto em busca de respostas, mas todos os eletrônicos foram retirados.

Tento sair do quarto, mas claro que a porta está trancada. Me controlo para não cair no choro, porquê se eu começar, não paro mais.

Sento na poltrona do quarto e não sei dizer quanto tempo passei nela até a porta do quarto se abrir.

Eduardo entra usando um de seus típicos ternos. O cabelo e a barba estão recém cortados, está lindo, como sempre foi.

Só que o olhar entediado de sempre da lugar a um olhar claramente furioso.

Acho que nunca vi um semblante tão sério nele.

Eduardo: O bom filho à casa torna.- ele coloca as mãos nos bolsos da calça social- Para a minha surpresa você parece bem. Esperava encontrar  você com muitas mais marcas do que os olhos inchados de choro. Confesso que estou curioso para saber o que te fez chorar, que bom que temos todo o tempo do mundo para por o assunto em dia.

Por que acho que por o assunto em dia vai ser horrível?

Eduardo: Mas antes, você vai tomar um banho e descer pra jantar. E cuidado com o que vai falar, Márcia acha que você estava viajando. E você vai manter assim, não quer me deixar mais irritado do que já estou. E antes que tente fazer besteira, temos seguranças no portão que não vão te deixar sair. E vale a pena ressaltar que tu aprendeu que não dá pra confiar com facilidade.

Para evitar mais problemas do que já tenho, sigo as instruções, me arrumo e desço para o jantar.

Parece tudo normal, a mesa já está posta e a Márcia provavelmente está na cozinha esperando por qualquer solicitação.

O risoto de camarão parece ótimo, a comida da Márcia em sim é ótima, mas não sinto fome.

Só sinto vontade de chorar e vomitar.

Eduardo: Come.

Carol: Não estou com fome.- ele vira o rosto na minha direção.

Eduardo: Eu mandei comer, então você vai calar a porra boca e comer. Já mandei não testar a minha paciência, não tem noção do quão irritado já estou.

Respiro fundo e pego os talheres para me forçar a comer.

Eduardo sempre tentou esconder a grosseira atrás da máscara de bom marido, mas pelo que vi, a máscara não existe mais.

É horrível ter que me forçar a comer, horrível ver ele comendo como se fosse só mais um simples jantar de casal.

Depois de me forçar comer o máximo possível, observo a Márcia entrar na sala de jantar com um torta de morango.

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now