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                                         VG🫡

Entro na sala do Ret e quase sou atingido pelo telefone que ele joga na parede.

Caralho, mas até que ele tá de boa. Já era pra ter agredido todo mundo.

Mas a culpa tá corroendo ele, da pra entender.

VG: Porra, bem calmo - ele me encara.- O que exatamente tu acha que ia acontecer? Ele não vai te atender. O cara quer tudo, menos falar contigo.- Viro pro Souza.- Consegui algo com o Ryan?

Souza: Não, o cara nega que tenha feito merda. Ele insiste que alguém bateu na cabeça dele. Só que não faz sentido. Se fosse armação por que iam bater nele?  Teriam dado um tiro na cara dele , na visão daqueles  merdas ia ser um bandido a menos. Porra, eles não pouparam estragos, porque iam poupar logo o Ryan. Por que iam levar até outra casa e trancar ele? Ele inventou uma história péssima.

VG: É, faz muito sentido. Subornei o carteiro, ele entrou no condomínio e disso que tem segurança no lado de fora da casa, não dá pra simplesmente invadir. Eu sei que falar isso não vai melhorar a situação, mas a Carolina praticamente implorou pra mim pra que a gente não entregasse ela em troca de uma ficha limpa, ela tava apavorada.

Souza: Não vamos conseguir entrar na casa, né?

VG: Não sem armar a porra de um circo.

Ret: Não importa como, a gente vai entrar e trazer ela para cá. A gente arma um circo se for preciso, a gente entra atirando em todo mundo.

Souza: Acho melhor ter um plano. Tu  não vai só voltar para cadeia, vamos nós três de mãos dadas. E cara, eu não sirvo pra cadeia, não mesmo.

VG: O tonto aí tem razão. Antes de qualquer coisa precisamos ter alguém lá dentro, alguém pra ajudar. Vamos invadir a casa da porra de um policial, o policial o queridinho. E tem outra, e se ele trocar ela de lugar? Como a gente tem certeza que ela tá lá? Como tem certeza que ele não encheu aquele lugar de segurança pra enganar a gente?

Souza: É, isso vai ser uma aventura e tanto.

Ret: Temos 2 regras.  É proibido ser preso, não quero ninguém na cadeia.  e é proibido falar sobre a situação com qualquer um que não seja a Larissa.- concordo- E Souza, seja mais firme com o Ryan. Ele vai ter que falar por bem ou por mal.

Souza: Eu arrebentei o cara, até acho que ele cuspiu um dente. A gente tá falando di Ryan, se não quiser dizer, não vai. A gente não vai conseguir convencer o cara a fazer algo que não quer. Ele era justamente o segurança delas por ser duro na queda.

Muito foda saber que isso é verdade. É foda saber  que a gente que deu liberdade pra ele, que deixou ele se aproximar desse jeito.

Imagino como tá a cabeça do Ret por ter aproximado ele das meninas.

Tô mal pra caralho pela Carolina, mas  não dá negar o alívio que senti em ver que a Larissa tava no complexo.

Ret: Eu preciso pelo menos que ela saiba que a gente vai atrás dela. Que pelo menos saiba que eu vou fazer de tudo pra trazer ela de volta pra cá.

Um celular apita e por mais incrível que pareça é o do Ret. Como isso aguentou essa porrada?

Pego o celular no chão e jogo na direção do Ret que pega com facilidade.

Ele encara o celular e não sei nem descrever a reação dele. Ele parece desesperado.

Puxo o celular da mão dele e vejo que é uma foto da Carolina dormindo. Ela está deitada de lado com o cabelo loiro espalhado pelo travesseiro, tá com um vestido preto que me parece chique demais para usar em casa.

Mas o que realmente chama atenção é o hematoma roxo próximo ao olho e um corte nos lábios.

Ele bateu nela.

O filho da puta bateu na Carolina.

E não podemos esquecer a mensagem em tom de ameaça mandando o Ret não se meter no meio do casamento dele. Ou quem vai pagar vai ser a Carol.

Souza puxa o celular da minha mão para ver do que se trata e solta um palavrão.

É, acho que não tem como piorar.

                                  Larissa💅🏻

O Ret vai ficar muito puto, mas eu não consigo evitar.

Abro a porta e entro na encolha para ninguém me ver.

Ryan: Primeira visita  bonita que recebo. Não aguento mais ver a cara do Souza.- ele diz amarrado em uma cadeira.

Meu Deus, o que foi que fizeram com ele? Tem tanto sangue aqui.

Ryan: Acho que essa visita não foi aprovada pelo teu irmão, né? Certeza que ele não te quer por aqui.

Lari: Eu gostava de você. Ela gostava de você...

Ryan: A loira é gente boa.

Lari: Sabe muito bem o que você fez entregando ela para o maldito que ela casou.

Ryan: O marido dela fez isso? Com que maluco aquela  mulher é casada? Tipo, o cara é mais doido que o Ret.

Lari: Esse seu jogo não ajuda em nada, dá tempo de você fazer o certo. Dá tempo de  acabar com isso, de não permitir que ela volte a ser a Carolina Avelar e se esqueça que é uma mulher incrível que não merece nada daquilo.

Ryan: Carolina Avelar? Tipo o policial que pendeu o Ret? Ela é mulher de polícia?  Ela é a famosa senhora Avelar?

Lari: Já disse que fingir não vai ajudar em nada.

Ryan: Minha tia trabalha na casa dela.

Lari: Tua tia trabalha pro Eduardo? Nada suspeito isso, nada suspeito você nunca ter dito nada.- ele só sorri e não diz mais nada.

Eu estou praticamente surtando. Tenho tanto medo do que o Eduardo pode fazer com ela.

Lari: Não vai ajudar? Sabe que meu irmão vai te matar.

Ryan: Eu sei. Sei que quem está vindo aqui é o Souza, porque se o Ret vir eu morro.

Viro as costas para ir embora e ele começa a falar.

Ryan: Me solta e eu juro que te ajudo em tudo que tu quiser. Só me tira daqui.

Lari: Tá de brincadeira com a minha cara?

Ryan: Não, estou falando sério. Você quer ajuda e eu fiz a minha oferta. Estou disposto a fazer o que você mandar, mas você tem que me tirar daqui.

Lari: Pra que? Pra que me ferre e acabe nas mãos do Eduardo também?

Ryan: Tô falando sério, posso ligar pra minha tia e você fala com a loira. Minha tia praticamente mora naquela casa.

Lari: Sua tia deve ser sua cúmplice nessa merda toda.- A família toda deve ser podre.

Ryan: Se quer minha ajuda é melhor me soltar logo. Se o Souza chegar tu perde tua chance. Anda, é pegar ou largar.

                          

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now