Conexão Rival. - Richard Ríos

Capítulo Setenta e Seis

| Richard Ríos |

4 dias antes da chegada da Gabriella...

Estava sentado sobre o gramado ao lado dos meus companheiros de equipe, aproveitávamos os últimos minutos de descanso antes do Abel pedir para voltarmos ao treino.

— Vocês pensam em ser pai? - Rony pergunta enquanto encarava o Gabriel e o Endrick.

— Eu penso e é meu sonho. - indaga o Endrick e eu solto uma risada orgulhosa.

— Por agora eu só penso na minha carreira. - Gabriel diz e recebe alguns olhares julgadores.

— Ninguém pensa em adotar? - Dudu pergunta e um silêncio na roda se estabelece.

Adotar uma criança nunca tinha se passado na minha cabeça, até escutar isso do Dudu.

— Uma criança é algo de outras vidas, eu adotaria se eu tivesse uma certa conexão com ela. - Veiga diz e viro meu rosto e olho para ele.

— Outras vidas? Tipo um amor do passado? - Piquerez pergunta confuso e o Veiga concorda com a cabeça.

— Quando apaixonados e encontramos nossas almas gêmeas, nosso coração costuma acelerar e ao olhar nos olhos da pessoa amada a gente sente "essa é a pessoa certa" e isso é igual com uma criança, sentimos que é para ser nossa filha ou filho.

Todos ficam pensativos e calados, inclusive eu. Eu tinha perdido um filho, apesar de nunca poder ter escutado o coração dele ou vê ele, eu sabia no fundo que ele mudaria a minha vida.

Abel voltou ao campo segurando uma prancheta e se levantamos em seguida, ele separou a gente em dois times e foi instruindo em cada pequeno erro que cometíamos.

Depois de alguns minutos fomos liberados para ir embora, eu fiquei afastado dos meninos e á todo momento a palavra adoção passava pela a minha cabeça.

Entrei no vestiário e peguei a minha roupa que estava no armário, fui direto para o banheiro e enquanto a água caía sobre o meu corpo eu ia imaginando diversas coisas.

"— Será que ela aceitaria essa loucura?"

Foi a pergunta que eu me fiz por horas, será que a Gabriella aceitaria adotar uma criança comigo?

Após sair do banho e me vestir, me sentei sobre o banco de madeira e observei o Endrick animando o ambiente com o seu jeito carismático.

— Ta distante riacho, que foi? - Zé Rafael pergunta e eu olho confuso para ele.

— Não foi nada, só tô com dor de cabeça.

— Passa na enfermaria e pede um dipirona. - indaga o Flaco e eu solto uma risada sarcástica.

Espero alguns minutos e me levanto indo em direção da saída, peguei a chave do carro que estava no meu bolso e apertei para destravar ele.

Ao adentrar joguei minha mochila no banco de trás e dei partida logo após, no pequeno percurso do estacionamento até a saída já podia escutar algumas fãs gritando no portão.

Parei o carro e tirei foto com algumas e assinei algumas camisetas, acelerei o carro e no caminho eu pensava novamente na adoção.