·.✷ 4.0

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— Tudo bem

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— Tudo bem. Então, se você perder, vai me dar um beijinho. Já que você está tão confiante que vai ganhar. — Pedro diz risonho, e João revira os olhos para ele, jogando outra carta vermelha.

— Nem vem. Já te falei que só vou te beijar quando você pedir.

Palhares dá outro gole no vinho, olhando para ele e piscando devagar, tentando convencê-lo do contrário. Romania nega com a cabeça novamente, decidido. Ele precisava ser forte para resistir às investidas do mineiro, que não eram poucas. João se perguntava como ele podia ser tão tímido em alguns momentos e tão sem vergonha em outros. Ele já sabia que Pedro era competitivo. Isso não era novidade. Só não imaginava que fosse daquele jeito. Pedro parecia encarar aquilo como um desafio mesmo.

O tempo todo com pequenas provocações, como se estivesse disposto a fazer João finalmente ceder e perder o controle. Acontece que o mais velho também estava achando aquele joguinho divertido. Não se importaria em prolongar aquilo para ver até onde iria a resistência de Pedro. O tal desafio só fez com que a tensão entre eles aumentasse. Talvez porque agora os dois soubessem onde estavam pisando e qual era o verdadeiro cenário. Pedro não era amigo de João, estava longe disso, e era um alívio finalmente ter aquilo esclarecido entre eles, até porque a última coisa que o paulista queria era ser apenas o melhor amigo.

Era quinta-feira, pouco mais de uma semana depois daquele domingo, e os selinhos já tinham virado parte da rotina deles. Agora, os beijos na bochecha viraram selares na boca, às vezes do nada, e na maior parte das vezes era Pedro tentando se contentar sem um beijo de verdade. João até se divertia com o orgulho de Palhares, porque a única coisa que João queria era ele. Agora, os dois estavam sentados no chão da sala depois de jantar, descalços, com duas taças, uma garrafa de vinho e um baralho de Uno. Já se aproximava da meia-noite, João não trabalharia no dia seguinte e, ainda que Pedro tivesse que ir trabalhar cedo, ele gostava demais da companhia do paulista para ir dormir.

— Uno! — João diz rindo, convencido, e Pedro o encara com um sorriso quase diabólico antes de jogar uma carta que o obrigava a comprar mais quatro.

— Não tão cedo, Joãozinho. — fala rindo, vingativo. Romania bebe do vinho após comprar as cartas e revira os olhos quando vê que só restava uma carta na mão dele. — UNO! Toma essa, senhor não-vou-te-beijar.

A fala faz o paulista gargalhar, e o garoto ri junto. Pedro ganha essa partida; no geral, ele e João estavam empatados. O mais novo encosta no sofá, onde os dois gatos dormiam tranquilamente, enquanto João o encarava divertido.

— Já te falei várias vezes que é só você pedir!

Tófani nega veementemente, sem desviar o olhar, arqueando a sobrancelha.

— Só acho engraçado que, se fosse o feio do Dave, você beijava.

— Beijava nada. Tanto é que nem beijei! — dá de ombros, mexendo o vinho na taça e disfarçando o sorriso antes de provocá-lo. — Mas ele nem é feio...

𝗣𝗶𝗻𝗸 𝗦𝗸𝗶𝗲𝘀 ✷ PejãoWhere stories live. Discover now