Tófani acorda sem saber ao certo se viveu a última madrugada ou se ela foi só um sonho muito bom. Sorri pequeno quando, ainda com os olhos fechados, sente o cheiro de João em seus lençóis, mas faz um leve bico por não sentir o corpo dele contra o seu. Suspira baixinho e se assusta um pouco quando abre os olhos e dá de cara com João, que o observa com um sorriso tranquilo. Pedro o encara por alguns segundos antes de dar um sorrisinho travesso.
— Ui! Que susto! — provoca, segurando a risada quando João finge que se ofendeu. Bonitinho.
— Ah, você não parecia muito assustado quando pediu um beijo meu, não. — responde no mesmo tom, e Pedro revira os olhos, fingindo desinteresse.
— Facilitei seu trabalho, já que você 'tava doido 'pra me beijar. — João não responde, apenas se joga em cima dele, escondendo o rosto em seu pescoço. Pedro ri, o abraçando com carinho.
Volta a fechar os olhos, acariciando as costas de João e sentindo seu corpo arrepiar com a respiração tranquila em seu pescoço. Romania fazia um leve carinho em sua cintura, os dois pouco preocupados com o que acontecia do lado de fora do apartamento. Só os dois importavam. Não devia passar de meio-dia, e Pedro se pega pensando que passaria o sábado todo ali naquela cama, grudado em João Vitor, ignorando o mundo lá fora. Sorri bobo com o pensamento de que, algumas semanas atrás, aquilo parecia impossível.
Pedro nunca teve lá as melhores experiências com relacionamentos amorosos. Tinha medo de se envolver e, quando se permitia, acabava quebrando a cara, com mais uma desilusão. João esteve sempre ao seu lado. Talvez aquele receio viesse dali mesmo, de fazer tudo errado com João, acabar afastando-o de si com toda aquela insegurança. Por outro lado, Palhares sabia que, depois de tantos anos mascarando aquele desejo, aqueles sentimentos, ele e Romania estavam dispostos a fazer aquilo funcionar, fazer dar certo.
Mesmo que o que eles tinham ainda não tivesse um nome, era muito mais forte do que qualquer coisa que Pedro já tivesse sentido, e muito mais concreto que seus outros relacionamentos. No fundo, ainda havia aquele medo de João não sentir o mesmo, de ser só uma diversão. Mas o medo estava adormecido, afinal, Romania fazia questão de lembrar o tempo todo que Pedro era tudo o que ele queria e que não existia mais ninguém. Dias atrás, numa conversa com Ana Marina, sua mãe, Pedro desabafou, um pouco incerto, sobre o medo de João não estar apaixonado por ele também. Acabou ouvindo sua mãe falar por minutos a fio sobre o quanto ela sempre viu que João era sim apaixonado por ele e que não era nada recente.
O mineiro se dá conta de que, às vezes, as coisas iam além das palavras e, bem, sendo honesto e racional — como ele normalmente era, quando se tratava de outras coisas senão o amor —, alguém que não fosse apaixonado por ele não o beijaria do jeito que João beijou inúmeras vezes de madrugada, nem o tocaria como João fez. Se concentra nisso para tentar acalmar o seu coração, como João diria.
— E falando nisso de doido 'pra te beijar... — Romania fala de repente, assustando Tófani de novo, e dessa vez João ri. — 'Tá assustadinho demais, hein? — cutuca a cintura dele, fazendo Pedro rir baixinho com as cócegas.
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𝗣𝗶𝗻𝗸 𝗦𝗸𝗶𝗲𝘀 ✷ Pejão
Fanficé verão em nova york e pedro augusto se dá conta de que está apaixonado pelo seu melhor amigo e colega de apartamento, joão vitor. ou aquela onde joão deseja que pedro saiba que ele fica até mais tarde nas festas só para se aproximar ainda mais dele.