Capítulo 8 - Segredos

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Lavínia começou a apertar o botão de emergência sem parar, mas tudo o que Eduardo conseguiu fazer foi ficar paralisado

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Lavínia começou a apertar o botão de emergência sem parar, mas tudo o que Eduardo conseguiu fazer foi ficar paralisado. Estava escuro ali dentro e ele só conseguia ter um vislumbre da silhueta dela. A menina tirou o celular de dentro do bolso da jaqueta jeans e direcionou a luz da lanterna ao painel de botões, pra ter certeza de que estava apertando o certo.

Ela estava.

Digitou algum número no celular e colocou-o no ouvido, ainda apertando o botão de emergência.

― Mãe! – ela disse, esquecendo o botão na mesma hora. – Estou presa no elevador! Não. Não, eu não sei em qual andar, não estava prestando atenção. Não, o Eduardo do 1008 está aqui comigo – ela olhou para ele quando disse isso e então assentiu para algo que sua mãe dissera. – Certo, foi a luz mesmo então? Eu imaginei. Aham. Não, mãe – ela revirou os olhos, impaciente. – Só liga pro porteiro e avisa que estamos presos... É, eu sei. Mas não custa nada... Tudo bem.

Enquanto ela falava, Eduardo tentava piscar para ajustar seus olhos à escuridão. Ele tocava uma das paredes do elevador com uma mão e passou a outra pelo rosto, tentando ficar calmo. Seu coração estava acelerado e ele não sabia se fazia tanto calor ali dentro mesmo ou se era só ele.

Lavínia desligou a ligação, mas manteve o telefone ligado, porque era a única fonte de luz dos dois ali dentro.

― Minha mãe disse que teve uma queda de energia – ela explicou. – Ela vai avisar ao porteiro, mas a gente só vai conseguir sair mesmo quando a luz voltar.

O mundo de Eduardo caiu com essa simples frase. Ele assentiu, olhando pra ela, mas sem vê-la de verdade. Seus olhos deviam estar arregalados porque Lavínia franziu o cenho, tentando entender o que estava acontecendo com ele.

Quer dizer, ela não gostava de ficar presa no elevador, mas Eduardo parecia estar a beira de um ataque de nervos.

Ele encostou as costas na parede e fechou os olhos, com os braços colados no tronco como se fosse uma atitude ensaiada. O rapaz respirou fundo e lentamente, o rosto um pouco levantado para cima e um pouco menos tenso agora que seus olhos aterrorizados não estavam abertos.

Lavínia observou tudo com curiosidade, mas também preocupação. Será que ele...

O raio do entendimento a atingiu na mesma hora.

― Você está bem? – ela perguntou cautelosa.

Eduardo apenas assentiu, mas a julgar pelo modo como ele estava fazendo um exercício de respiração estirado na parede do elevador escuro dizia exatamente o contrário.

― Você é claustrofóbico? – foi mais uma afirmação do que uma pergunta.

― Levemente – ele respondeu, ainda sem abrir os olhos. – Um pouco.

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