Eu voltei do inferno

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   Beatriz arrancou seus saltos Jimmy Choo e os jogou na lixeira do aeroporto. Algumas pessoas olharam na sua direção e depois para a lixeira. Ela caminhou entre as pessoas com o nariz empinado e apenas olhava as outras pessoas com um olhar de desprezo. Não esqueça o que fizeram com ela, se lembrou mais uma vez. Entrou na primeira loja do aeroporto e comprou um tênis. Bianca gostava de tênis, eram macios e confortáveis. Beatriz experimentou alguns tênis, escolheu um tênis preto com detalhes dourado. Não chegava aos pés de nenhum dos seus saltos altos, mas isso não importava mais. Tudo que importava era que ela fosse Bianca e que descobrisse quem havia feito aquilo com a irmã.


Beatriz saiu da loja e foi direto ao banheiro. Olhou os cabelos loiros claros. Deviam ser loiros escuros, constatou olhando os próprios cabelos com desprezo. Procurou mais mais alguma diferença e apenas notou que as sobrancelhas de Bianca eram levemente mais claras que a sua. Olhou a foto mais recente de Bianca e a guardou. apenas os cabelos erma diferentes. A garota pegou seus cabelos e os prendeu, tirou algumas faixas da bolsa e começou a enrola-los em volta da cabeça, ao terminar gostou do resultado. Ninguém conseguiria ver a cor dos seus cabelos, e quando tivesse chance iria pinta-lo. Vestiu um casaco grande e saiu do banheiro em direção a um táxi.


– Primeiro Observe. Descubra e se vingue - murmurou por todo o trajeto até o internato.


Prestigi


Os muros eram altos, o lugar era melancólico. Quase como um filme de terror vagabundo, a nevoa era o único meio de manter tudo meio sombrio. Havia alguns prédios pintados com um branco ordinário. Assim que o táxi se aproximou da escola, um segurança levantou a mão e o taxista parou.


– Apenas estudantes - O guarda informou.


– Bianca Mourle's - Beatriz falou abaixando o vidro do táxi e estendendo os documentos da irmã para o guarda. O guarda ficou surpreso.


–Voc..Senhorita Bianca..Bem.. nós informaram que não voltaria mais a estudar no Prestigi.


Beatriz ficou calada olhando para o guarda. Seria o que Bianca faria? Mas a vontade de Beatriz era responder que o informaram errado e que ele deveria abri a droga do portão logo. Beatriz encarou o guarda que não conseguia esconder os olhares que lançava para a faixa na cabeça dela.


–Você pode olhar quanto quiser - Ela disse - isso não vai fazer as faixas na minha cabeça menos reais.


O guarda desviou o olhar e permitiu a entrada. Correu até a guarita para avisar alguém. O táxi avançou até a entrada principal do Prestigi, onde uma senhora com um robe pesado esperava. Certamente a diretora, concluiu. Beatriz desceu do táxi. Pagou o táxi e percebeu que a diretora acompanhava cada gesto que fazia.


–Senhorita não a esperávamos de volta - A velha disse colocando uma mão no seu ombro.


Beatriz permaneceu calada e recuou para longe da velha.


–Bem - A diretora disse pouco á vontade - É um caso especial o seu. Achei que não gostaria de voltar.


– Não é por que algumas idiotas tentaram abrir meu crânio que eu iria fugir - Beatriz falou para logo em seguida se arrepender. Cale a boca estúpida, Bianca não fala tanto– Quero ir para o meu quarto. Estou cansada. CALE A BOCA BEATRIZ, gritou para si.


–Certamente que sim - A diretora agarrou uma mala e a guiou até seu quarto.

Estavam na frente da porta quando a diretora falou em voz baixa.


– Você quer continuar no mesmo quarto que suas colegas? Elas estão suspensas pelo envolvimento e por não falarem quem fez isso com você.


O coração de Beatriz bateu mais forte. enterrou as unhas com força contra a alça da mala e lançou um olhar duro para a diretora.


– Não sou covarde. Vou continuar no mesmo quarto.


A diretora fez menção de entrar no quarto. Mas Beatriz segurou seu braço.


– Vou entrar sozinha - Falou seca - Não irei fazer nada.


A diretora pareceu pensar e depois de segundos entregou a mala para ela e se foi. Beatriz abriu a porta devagar, entrou no quarto nas pontas do pés e jogou as malas no chão. Ela ficou parada no meio da escuridão. O que Bianca faria agora? Não sabia dizer exatamente. Ela queria arrancar os cabelos das vadias que fizeram aquilo com a irmã. Sua respiração se tornou rápida devido a raiva que começou a sentir. Bianca em coma. Suas mãos se fecharam e no meio do quarto na completa escuridão seus olhos explodiam em maldade pelos pensamentos de vingança que passavam pela sua mente.


De repente a luz foi acesa e ela ouviu gritos. Palavrões e mais gritos.

– Sua vadia - Uma morena de olhos cinzentos gritou com o cobertor até o pescoço -Você quase me matou de susto.


– Merda, Bianca calada - Uma garota de cabelos coloridos gritou - Eu fiz xixi de susto. Você vai limpar a merda da minha cama, vadia.


Beatriz olhou devagar para a morena e da morena para a outra garota. As duas se calaram ao ver o olhar de Bianca/Beatriz.


Beatriz pegou suas bolsas e jogou ao lado da cama sem dizer uma palavras.


– Você viu a cabeça dela - A morena cochichou alto demais.


Beatriz olhou para a morena e viu um lampejo no seu braço. A pulseira que havia dado a Bianca. A raiva que tentava controlar se espalhou feito fogo por todo seu corpo. Ela se levantou com um pulo e foi até a morena e arrancou a pulseira com um puxão. A morena gritou e começou a dizer que ela a havia machucado. Beatriz agarrou o pulso da morena com força.


– Eu vou fazer bem pior que isso, sua vaca - falou se controlando - Eu vou fazer com vocês, o que vocês fizeram comigo. Vocês me mataram e eu voltei do inferno para levar vocês comigo.


A outra garota gritou e saiu correndo do quarto, seguida pela morena que agarrou sua coberta e correu sem olhar para trás.

A AlcateiaWhere stories live. Discover now