A morte

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Estamos todos fadados a isto, esperando por isto, torcendo para que sempre atrase, as vezes orando para que nunca chegue, mas sempre chega, sempre a morte chega, as vezes sem avisar, outras vezes com um anuncio imperceptível, mas uma hora ou outra você irá morrer. Não adianta fugir, correr, sair do país, do planeta, viajar no tempo, criar formulas impossíveis, usar magia, ciência ou o que for, nada te salva, nada, a morte é suprema, ela cruza realidades, derruba deuses e devasta planetas inteiros sem nem mesmo mover um dedo. A morte não usa um caderno, um livro ou uma foice, talvez ela use uma foice sim, mas não como instrumento de assassinato, para matar basta ela querer, foi assim no início, e será assim no fim, ela sempre existiu e sempre irá existir, é a morte.

Destino... sim, o destino original de todos os seres, esta é a Morte, não um homem, ou uma mulher, um ser. Escuro, sombrio, gelado, silencioso, devastador. Mas por algum motivo este ser tão poderoso foi perturbado, alguém o perturbou, alguém que não pode ser morto ou ferido por motivos que nem mesmo o mais antigo dos seres conhece, alguém que ao pisar na terra assustou deuses, anjos e demônios, alguém que se esconde em uma forma inferior, e não usa o que tem sem saber como usar,que mesmo ao lado de seu próprio reflexo não se reconhece.

"Você viu o início dos tempos e está escrito que também verá o fim, mas o que te acontece no caminho sou eu quem decido". Um pensamento vago da morte para uma semente do bem.

Era noite de 22 de junho de 1999d.cna contagem dos seres humanos, quando o inimaginável aconteceu. O mundo inteiro falava do fim do século trazendo o juízo final, mas poucos sabiam que o juízo final já havia começado. Da esfera superior da criação poucos se manifestam mas ele se manifestou, a Morte não sabe seu nome e ele não sabe o nome da Morte, mas dos 7 seres que lá habitam ele foi o único a se manifestar, a Morte observou e de todos os mundos com vida do universo foi naquele conhecido como terra que ele resolveu plantar uma semente. Ao pisar no planeta a Morte sentiu o tremor que sua energia divina podia causar, o sol brilhou mais fraco naquele dia, e deuses de várias regiões daquele mundo resolveram fugir e habitar um novo mundo distante dali. Um jogo grande estava prestes a começar, e nada podia impedir.

Demorou apenas um ano para que a Morte percebesse o quanto aquilo era belo, e criar a expectativa de quantas mortes aquilo traria, aquele ser havia descido do mundo superior por algum motivo mas a Morte ainda não o tinha observado, então em um dia caótico até mesmo para a Morte uma estrela sumiu, simplesmente sumiu, não havia buraco negro, nem supernova, nada, só um único ser no centro de onde ficava a estrela mais próxima da terra, os humanos só perceberiam aquilo daqui a 4,5 anos, pois a luz demoraria muito para chegar aos olhos deles. Quem era o único ser? A Morte não conhecia, pela primeira vez em 14 bilhões de anos a Morte não conhecia alguém, era um prazer que parecia não ter fim, o prazer do não saber. O ser sumiu de lá como um raio cortando o espaço profundo, sua passagem por ali foi breve mas destruidora, a Morte resolveu segui-lo, não era o mesmo que havia descido da esfera da criação, ele nem mesmo era de lá, e por mais incrível que parecesse ele também seguiu caminho até o planeta terra, e lá ele também plantou uma semente. Foi ai que a Morte entendeu tudo, aquele jogo ela conhecia, mas com outros personagens.

"Você pode ser um rato, um gato ou um humano, você sempre terá sua contraparte, pois tudo veio do pó das estrelas e uma estrela nunca nasce sozinha". A explicação pros pares.

Um criador e um destruidor, um divino e outro abissal, um bom e outro mal, cada um ao seu jeito, estes eram os seres que ali haviam plantado suas sementes. O primeiro a Morte conhecia, ele pertencia à esfera da criação, ao lado de outros 6 ele era considerado o 2º ser mais poderoso de todas as realidades e universos, perdendo somente para Deus, o todo poderoso, criador do céu e da terra. A Morte nem mesmo se arriscava em perturbar sua paz.O segundo era sua contraparte, criado pela natureza para que o equilíbrio fosse mantido, assim como lúcifer é para Deus seu maior inimigo este era para o primeiro seu pior pesadelo. A morte não o conhecia, mas sem dúvidas, sua semente na terra agradaria tanto os céus quanto os infernos, e como a primeira semente, traria muitas mortes.

A lenda dos trêsWhere stories live. Discover now