A lenda dos três

Divindades e perigos, caindo na estrada.

Planeta nº529 da galáxia de Andrômeda, reunião dos Iluminados livres.

Todo o planeta era sem vida, e justamente por isso os antigos deuses da terra resolveram escolhe-lo como sede temporária para uma reunião rápida. O solo era cinzento e parecia ser constituído de um tipo de poeira estelar, o horizonte era repleto de montanhas escuras e um sol amarelo, como o da terra, uma visão magnifica diante de um deserto grandioso, dos céus alaranjados uma nave gigantesca descia, a gravidade por ali era semelhante à da terra, mas a atmosfera não tinha nada de amigável, e todos sabiam disso.

— Já faz bastante tempo desde que realizamos uma reunião deste tipo, sem dúvidas. — Falou um homem alto, cabelos em chamas, e olhos amarelados, este era Apolo, o deus do sol dos gregos e romanos.

— Sim, já faz muito tempo, mas não tenho saudades destas reuniões, sempre são tensas. — Este era Zeus, também conhecido como Júpiter pelos romanos, seus olhos não possuíam nada além de uma luz que se assemelhava ao lampejo de um relâmpago, mas sempre contínua, seus cabelos eram grisalhos e sua expressão era séria. Mesmo sendo sempre retratado com barba grande, Zeus não gostava de deixar os pelos da face crescerem tanto.

Os dois deuses estavam vestindo seus trajes especiais para descerem até o solo do planeta, os trajes eram como as armaduras de guerra ateniense, afinal os próprios atenienses os copiaram, mas diferente dos humanos os trajes eram portadores de uma tecnologia nunca imaginada pelo homem, com aquelas vestes eles podiam voar e suportar batalhas por anos. Constituída de Metal estelar e coberta por uma fina camada de oricalco, o metal sagrado dos antigos atlantes, os deuses ganhavam uma aparência bem mais divina do que já tinham, pois seu brilho era como a mais poderosa chama já vista. A nave pousou no deserto com êxito e quando sua rampa baixou, Apolo e Zeus desceram dela, eles eram os únicos deuses do lado greco-romano que resolveram participar da reunião.

— Parece que somos os primeiros a chegar. — Zeus falou, olhando com tristeza o horizonte estranho, aquele mundo não era seu lar, e tudo o que vinha acontecendo na terra lhe deixava melancólico. Ser forçado a deixar o próprio lar, o próprio planeta simplesmente por medo de entidades superiores. Aquela reunião era sua chance de conseguir uma união entre os iluminados livres para tentar realizar um feito nunca tentado antes, tudo isso em busca de eliminar o possível perigo que poderia ser uma guerra entre um criador e um destruidor.

— Sendo assim, acho que já podemos preparar o local com mais ordem, afinal, os Asgardianos não farão isso. — Apolo falou.

Zeus concordou com a cabeça e eles andaram alguns passos para longe da nave, quando nada mais além do pó cinzento os cercava, ele deu início ao que seria a mesa de reuniões, ele ergueu os braços e o solo se abriu, rochas gigantescas passaram a flutuar e ele organizou 12 tronos rodeados de uma rocha bem maior deitada no chão. Após a demonstração de controle sobre a matéria rochosa de Zeus, Apolo incendiou as mãos e com seu calor divino transmutou as rochas em pedras preciosas, dando a elas formas belíssimas de cores variadas.

— Olha o lado bom de se chegar primeiro, podemos pegar os melhores assentos. — Apolo sorriu, a tentativa de animar seu pai havia sido em vão.

Apolo e Zeus já estavam bem sentados quando dos céus uma horda de 8 naves iniciou o pouso, todas pareciam iguais, mas ao se aproximarem os deuses perceberam que não tinham tantas semelhanças assim, algumas eram de corpo cilíndrico e metálicas, possuíam quatro grandes asas espalhadas pelo corpo que ajudavam na aerodinâmica, outras eram de corpo esférico e sem asas ou foguetes, esta era a magia do campo magnético, a ciência de um planeta aplicada a uma nave.

— Quem são? — Apolo perguntou.

— Os das esferas são os egípcios, e os cilíndricos com asas são de Asgard. — Zeus olhou melhor o que viu causou espanto. — Não acho que todas as naves estejam tripuladas, algumas estão com marcas de batalha. — Zeus era sábio e nenhum detalhe escapava de sua visão.