Capítulo 1

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O castelo imponente na colina era símbolo de poder e ostentava a bandeira amarela da fé Imaculada, estampando a coroa de espinhos. A fé Imaculada criada por Tzimas não era uma religião e sim uma sociedade contrária a Mão Negra para tirar do poder o tirano Gelroth, com o passar do tempo, tornou-se repleta de líderes religiosos e então se tornou a fé Imaculada, onde o rei indicava quem seria o Imaculado, o grande líder da fé que se instaurava em Valia. A imponência do castelo era em contraste ao outro lado da Capital onde fica o Imáculo, o templo sagrado, era de lá que saiam os alardes para a guerra, para a morte de um rei ou para o nascimento de um herdeiro.

E naquela manhã o Imáculo tocou o sino.

-O rei está morto! O rei está morto! – dizia o camponês nas movimentadas ruas do Alabâmo, bairro dos comerciantes, donos de lojas, ou até mesmo de casa de prazeres.

O castelo baixava a bandeira em meio mastro, sinal de que a notícia era verdadeira.

Na frente do Imáculo reuniam-se milhares de fiéis, desde os plebeus até os piratas que atracavam no porto, todos aguardando o pronunciamento do Imaculado.

O Imaculado era um homem gordo e baixo, um pouco mais novo do que aparenta ser, estando na meia-idade, seu nome era Garsbrand, e era ele que anunciaria a morte do rei Tzimas.

-Ouçam de todos os cantos da Valia e Ilhas das Lágrimas, o rei Tibério Tzimas está morto. – anuncia rouco o Imaculado – a fé Imaculada perde seu líder, seu protetor, seu fundador, o Guerreiro Solar que libertou o povo valiense. Os preparatórios fúnebres serão efetuados nas próximas horas e o Imáculo será aberto para... – ele é interrompido pelo auxiliar que saiu da porta ao lado e cochicha algo ao Imaculado que fica surpreso. – O cortejo sairá amanhã ao entardecer, tenho certeza de que todos estarão às ruas para se despedirem. Obrigado.

A multidão começa a gritar. Uma mulher exclama:

-Nós queremos nos despedir do rei.

Outro homem grita:

-Isso mesmo, seu povo quer despedir-se.

O Imaculado corre para dentro do Imáculo e se dirige ao seu gabinete onde uma visita inesperada o aguardava.

Quando ele entra na sala, a rainha Meredith o esperava.

-Vossa Alteza! – ele exclama e beija a mão da mulher.

-Imaculado Garsbrand. Como vai? – ela volta a sentar-se.

-Muito bem é claro. Vossa Alteza aceita chá?

-É claro. Vamos deixar de bobagens com títulos. Meredith e Garsbrand, o grande público não está nos vendo.

Ele serve chá em xícaras douradas de porcelana que tinha em seus desenhos coroa de espinhos, o símbolo da fé Imaculada.

-Meredith, eu terei sempre uma dívida com você, minha irmã.

-E eu sei. É por isso que venho falar com você. Quando lhe indiquei para ser o pilar da nossa religião para o meu marido, ele hesitou muito, mas eu o convenci. Na ausência do rei falecido, a lei é clara, o primogênito assume o trono, mas meu filho é indomável, não tenho controle sobre ele, e ele me odeia, me expulsaria do castelo de Stone Heart se fosse rei, por isso, quero que reúna o Conselho Guerreiro e alterem a lei sagrada. Eu quero ser rainha.

O Imaculado Garsbrand fica hesitante, mas sabe que seu posto somente será mantido caso faça o que Meredith ordena.

-Meredith, o Conselho não se reúne a no mínimo quarenta anos, desde que seu falecido marido e rei Tzimas assumiu o comando da Valia. Jamais foi necessário alterar a lei sagrada, foram cinco meses para selar um código que durasse séculos. O Conselho se reunirá em dez anos.

O Código ImaculadoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon