Capítulo 25 - 14 de setembro de 2015

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14 de setembro de 2015.

Pela milésima vez naquele dia, eu observava a pilha de livros velhos, que agora depois de alguns recortes, sustentavam a pergunta, talvez, mais importante da minha vida. Eu sempre soube que nunca fui muito boa com discurso, mas uma das coisas que aprendi nessa ilha foi que eu conseguia contornar essa minha dificuldade com as palavras usando a arte. Era exatamente isso que eu estava tentando fazer há dias, tentando transformar o meu futuro pedido de casamento à Camila minimamente aceitável. Aquilo estava sendo mais difícil do que eu imaginei e a cada dia que passava eu ficava mais nervosa, por mais que tentasse me manter calma.

Eu peguei a aliança no bolso da minha camisa e a analisei por algum tempo, tentado ter mais algumas boas ideias... Eu estava satisfeita com o que tinha feito até agora, mas ainda queria mais algum detalhe, alguma coisa sutil, simples como todo o resto.

Talvez aquele velho pedaço de madeira jogado no canto do ateliê servisse para alguma coisa, com um polimento e alguma coisa escrita... As ideias começavam a passar pela minha cabeça, mas fui interrompida quando escutei algumas batidas na porta do ateliê. Eu guardei novamente a aliança no meu bolso e caminhei até a porta.

—Oi, Lo. – Camila disse com um sorriso assim que eu abri a porta.

―Ei, Camz. – Eu falei calma deixando um breve beijo em seus lábios.

—O almoço lá no hotel já está pronto, não vai vir comer? – Ela perguntou tranquila passando seus braços pelos meus ombros.

―Na verdade eu já comi um sanduíche por aqui mesmo, pode ir sem mim. – Eu avisei com um sorriso fraco.

—Será que dá para você me falar o que está aprontando? – Ela perguntou direta e eu suspirei.

―Eu não estou aprontando nada, amor. – Eu tentei soar o mais natural o possível.

—Lauren, tem dias que você fica enfiada nesse ateliê, não me deixa ver o que está fazendo e parece sempre alheia quando conversamos. – Ela reclamou se afastando, colocando suas mãos na cintura. Ela estava impaciente e com razão...

―Não faz essa cara, amor... Eu só estou trabalhando em um projeto que me veio a mente, não quero perder a inspiração. – Eu disse calma, enquanto a puxava pela cintura. – Eu prometo que quando acabar, você vai ser a primeira a ver. – Eu adicionei me aproximando para beijá-la, mas ela virou o rosto.

—Aposto que isso vai demorar um século. – Ela murmurou ainda fazendo manha.

―Vai ser mais rápido do que você imagina. – Eu rebati arqueando a sobrancelha e ela me encarou ainda desconfiada. – Não faz assim vai, amor... – Eu insisti e dessa vez ela não desviou do meu beijo.

—Acho bom você não estar me enrolando, Jauregui. – Ela falou num tom ameaçador e eu soltei uma risada.

―Não estou, Cabello... Pode confiar. – Eu afirmei a beijando mais uma vez, enquanto ela suspirava.

Usted y sus malditos ojos verdes... siempre me convencen. – Ela murmurava negando com a cabeça, enquanto se afastava de mim e eu soltava uma risada, enquanto voltava para dentro do ateliê.

Eu voltei a me concentrar nas coisas que estava fazendo no ateliê e já de tarde, decidi que tudo estava do jeito que eu queria. Meu pedido não passava dessa noite, por mais que eu estivesse nervosa...

Eu deixei o ateliê e segui para a cidade, despois de ser parada pela Camila no meio do caminho, me perguntando aonde eu iria. A minha sorte foi que a Vero inventou uma história qualquer de chuveiro entupido no seu quarto, para manter a Camila ocupada. Eu ainda queria comprar mais alguns mimos para hoje à noite e foi isso que eu fiz percorrendo as ruas da cidade.

Mi Ojos Verdes - Camren -Where stories live. Discover now