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D - Lucas

- O que foi aquilo, Lucas? - Bel me pergunta quando a garota louca, que me deu um tapa do nada, foi embora.

- Eu sei lá! - Falo em resposta. - Deve ser uma dessas loucas que precisam ficar arranjando draminhas. - Minha voz sai irritada, sei que Bel não tem culpa de nada, mas não posso evitar ficar com raiva.

- Tem certeza que você não conhece a garota?

- Claro que não! - Me levanto do banco no mesmo momento. - Vou chamar o Miguel e nós vamos embora.

Já estava procurando uma desculpa para ir, agora eu tenho: estou stressado.

Rodei pelo bar e encontro Miguel dançando na pista de dança com um copo de bebida na mão. Desvio das pessoas e vou até ele e o puxo pelo braço.

- Bel veio buscar a gente. Vamos depressa. - Ele me olha com o olhar bêbado e eu respiro fundo juntando o meu restinho de paciência.

- Você ligou pra Bel? - Ele pergunta com a voz embargada.

- Sim, você tá bêbado e eu bebi um pouco também, então liguei pra ela.

Depois de arrastar e falar mais algumas coisas, consigo finalmente arrastar Miguel para fora do bar. Bel abre a porta para ele e a fecha entrando no carro em seguida.

- Os dois bonitinhos, coloquem o sinto. - Ela diz olhando para Miguel que com muito custo consegue encaixar a fivela do cinto.

- Vamos embora que papai já deve estar preparando o sermão de hoje. - Digo fazendo Bel rir e dar a partida no carro.

Atravessamos o Rio e devido ao trânsito, chegamos em casa uma hora e meia depois. Até mesmo o lago na entrada pareceu multiplicar de tamanho hoje.

- Boa noite, meninos. - Jonas nos cumprimenta quando chegamos em casa.

- Boa noite, Jonas! - Bel responde por nós três. - Meus pais estão em casa?

- Sim. Eles estão jantando e esperando por vocês.

- Esperando por nós? - Pergunto tentando pensar em algo que nossos pais queiram nos dizer. Eu olho para o lado e vejo Miguel subindo as escadas escorado no corrimão é errando alguns degraus. Ele não está em condição de ouvir nada por hoje.

- Bom, eu tenho um encontro agora, vou avisar meus pais e vou. - Bel diz e anda até a cozinha, eu a sigo no mesmo instante.

- Mãe, Jonas disse que queria falar com a gente. - Bel diz dando um beijo na mãe.

- Na verdade seu pai que tem. - Minha mãe diz e olha para o lado onde o marido está.

- Sim, onde está seu irmão? - Ele pergunta se virando para mim.

- Ele foi dormir. - Respondo.

- Então vá acorda-lo. São apenas nove horas.

- Na verdade... ele andou bebendo, pai.

- É, não conseguirmos acorda-la tão cedo. - Minha mãe diz rindo.

- E eu tenho um encontro agora, tchau mãe, tchau pai.

- Espera aí mocinha. - Meu pai se levanta da cadeira e olha com raiva para Bel.

- Você só vai sair se o Rafael vier te buscar, onde já se viu sair sozinha. Decidido, se ele não vem, você não vai.

- Ele vai vir pai, ele já está a caminho. - Ela abraça o pai pelas costas e lhe dá um beijo na bochecha antes de sair da cozinha.

- Não sei se ela dava mais trabalho quando criança ou agora.