Sai alegre da sala, e fui direto pra cantina. Matheus veio atras de mim falando algumas coisas sobre viagens e planos para as férias futuras, eu como sempre só fingi escutar. Só acenei mesmo.
Escolhemos uma mesa e depois de colocar nosso almoço, sentamos olhando para um tronco enorme de uma árvore a nossa frente.
- Conheci uma garota esses dias, ela é muito gata.
- Novidade.
- Só que essa não é daqui. Ela é de minas, ela fala 'uai' e tudo mais. - Ele diz rindo.
- Bom, é um sotaque simpático.
- Ela e simpática, você ia gostar dela, ela ia entrar no clube de tenis. Você vai conhecer ela em breve.
- Mais uma garota? - Espero que essa não seja tão maluca quanto a outra.
Sorrio em lembrar do que fiz ela fazer, deixei a máquina de bolas ligada por cinco minutos e ela teve que juntar todas as bolinhas, não lamento nada, foi meu troco.
- Do que você está rindo? - Ele pergunta.
- Nada. Só lembrei de algo.
- Ah, olha lá a mineirinha. - Ele se levanta e corre até uma menina perdida segurando uma bandeja. Logo eu reconheço que é a garota louca que conheci.
Não acredito que Matheus já fez amizade com ela.
- Isa esse é o Lucas, ele é o instrutor do tenis.
A garota me olha enquanto vem na direção da mesa e logo fecha a cara, deve ter ficado irritada já que eu a fiz pegar mais de cem bolinhas espalhadas por toda quadra.
Ela não me cumprimenta, apenas me manda um sorriso e senta-se na cadeira ao lado da de Matheus.
- Você vai comer só isso? - Matheus pergunta a garota.
Eu levanto meus olhos do meu prato para olhar o dela. Há uma colher pequena de arroz, a mesma quantidade de feijão é um pequeno bife com umas folhas de alface.
- Sim, eu preciso economizar, comecei a trabalhar ontem e só recebo mês que vem. - Ela diz sorrindo.
- Você vai morrer de fome! - Ele diz abismado, o prato dele parece o Evereste ao lado do dela.
- Não vou. Eu consigo ficar em pé com pouco. - Ela sorri e começa a cortar seu Mini bife com a faca. Esse bifinho daria para comer com uma mordida só.
- Bom, ao menos pegue refrigerante. - Matheus pega um copo descartável e o enche com refrigerante e estendendo a garota em seguida. Ela olha como e êxita como se estivesse com vergonha de aceitar, mas pega o copo mesmo assim.
- Como está sendo as suas aulas? - Matheus pergunta.
- São ótimas, o curso era como eu pensava, parece um pouco puxado, mas eu vou conseguir sem problemas.
- Espero que sim. Você parece inteligente. - Ele diz a garota. - Viu, Lucas, ela faz história. - Ele diz se virando para mim como se eu ligasse.
- Que bom. - respondo seco.
- Se meus pais tivessem permitido, eu teria feito história. Mas nada é como queremos não é mesmo?
- Sim, mas talvez um dia você faça. Quando terminar a sua.
- Quem sabe. - Ele diz pensativo.
A menina acaba de comer minuto depois e sai agradecendo pelo refrigerante. Eu a observo sair, e meio desajeitada, chega até o balcão e guarda a bandeja usada. Talvez eu tenha pegado um pouco pesado com ela, ela é novata e de outra cidade... deve ter ficado cansada.
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ChickLitLucas tem apenas um sonho simples: ser tão bom quanto o pai. Sendo o primeiro dos gêmeo dos Crewe, ele tinha a vida toda traçada por um plano que tentava seguir desde cedo ou pelo menos até conhecer Isa, uma aluna nova da faculdade. Quando os dois e...