O Príncipe Das Trevas 3 [Concluída]

Capítulo 30

O rei caiu deixando o príncipe finalmente em paz. As trevas que o consumia se dissiparam e o sol brilhante da manhã inundou Londres com seu brilho expulsando as sombras tenebrosas que aterrorizavam os moradores. Um rei caído  um amor perdido ,um amigo partindo e um coração destruído, com o fim da guerra de família o príncipe seu continente deixou, enterrando seu passado e seu amor, e seu coração novamente gélido ficou...

Dracu abaixou a cabeça, o sol vinha cobrindo os telhados quando aquele caus acabara, ele se sentou nos degraus cansado e destruído psicologicamente, o ar quente saiu da boca de Dracu, ficando logo em seguida gelado por conta do frio em Londres.
Greenfield deixou as portas da igreja e desceu as escadas até o degrau em que Dracu estava e se sentou ao lado dele o olhando.

-Talvez agora...seja hora de....

-De deixar o título de rei para trás? -interrompeu Dracu

-O passado -Respondeu Green

Sarah se mexeu no chão devagar, levantou a cabeça e esfregou a mesma com calma, olhou ao redor e viu os dois sentados na escadaria...num movimento Rápido ela se pos de pé e mostrou as presas...
Greenfield serrou os punhos e se levantou para enfrentar-la mas Dracu segurou ele pelo punho e o puxou de volta, Dracu se levantou se colocando de pé autoritário ao lado de Greenfield e a olhou.

-Fuja... Fuja para longe antes que eu mate você também ! -ordenou ele a olhando seriamente

Sarah voltou seu rosto normal e o olhou surpresa, ela deu passos para trás ainda o olhando e num piscar de olhos ela simplesmente desapareceu.
Dracu abatido se sentou novamente na escadaria da igreja e suas lágrimas presas se libertaram, escorrendo pelo seu rosto, Greenfield se sentou ao lado dele o olhando, colocou a mão em seu ombro e olhou o céu terminando de amanhecer.

Mais tarde:

Dracu caminhou pelas ruas de Londres até a ruína da Carfax, que agora jazia somente os destroços queimados, símbolo de uma guerra ganha, mas que houve derramamento de sangue.
Ele entrou e caminhou pelos destroços com a fumaça recém apagada, e achou o que procurava, um colar de ouro que Abraham levava no pescoço, no colar tinha um pingente, uma lua juntamente com uma lua atravessada...Dracu suspirou profundamente e fechou os olhos apertando o pingente nas mãos.

-Eu me lembro de quando Raven usava isto no pescoço -Sussurrou ele com calma -Obrigada Abraham...que sua linhagem descanse em paz, hoje e sempre -completa Dracu e beijou o pingente

Ele se levantou e colocou o colar em seu pescoço, escondendo o pingente dentro de seu colete e caminhou para fora da Carfax, sem pressa alguma, ele colocou as mãos no bolso após ajeitar a cartola na cabeça, caminhando lentamente pelas ruas de Londres ele passou em frente a faculdade onde Sarah estudou passando direto ele continuou caminhando calmo até a entrada da floresta.
Dracu caminhou até uma certa distância e parou perto do rio, ele tirou a aliança que usava ,que simbolizava seu casamento com Sarah, e logo em seguida ele arremessou o anel de ouro para o meio do rio, e quando o anel afundou ele sorriu aliviado como se um peso saísse de seus ombros...

A tarde passou voando e Dracu passou o dia expurgando aqueles sentimentos ruins que tomavam sua mente e quando voltou para o quarto do hotel moribundo a qual Greenfield insistiu que alugassem, Green estava parado perto da janela e respirou fundo se virando para ele.

-E então? Esta melhor? -perguntou O velho mordomo

-Sim... Na verdade bem melhor -Respondeu Dracu

-Podemos discutir o que faremos agora? -exclamou Green

Dracu passou a língua entre os lábios e respirou fundo o olhando, se aproximou de Green e colocou a mão em seu ombro...

-amigo...você passou tanto tempo do meu lado, por duas vezes ousei desconfiar e questionar sua lealdade, mas você se manteve firme...como os boatos da Romênia diziam, eu acho que você é realmente o anjo que minha mãe mandou para que cuidasse de mim -Disse Dracu e Greenfield sorriu -Agora eu quero que me escute -Completa ele se afastando de Greenfield e pegando uma faca, cortou a mão, logo ele pegou a faca e cortou a palma da mão de Greenfield também e apertou-lhe a mão -Estas livre do seu voto de serviço a  mim , seguiras seu caminho...eu... Draculea ,Rei da Romênia liberto você do seu juramento de lealdade a mim, siga seu seu caminho meu amigo... -Disse Dracu soltando a mão de Greenfield que tentou intervir mas Dracu fez ele se calar -Vá Greenfield, seja feliz, procure sua felicidade...ache-a e seja feliz -Completa ele sorrindo para Green

Green ficou parado o olhando, em sua cabeça se passavam milhões de coisas, o que ele faria sem Dracu? Não havia nada que ele sabia fazer além de servir Dracu...ele suspirou ouvindo as palavras de Dracu e sorriu gentilmente.

-Obrigada Draculea -Respondeu Green sorrindo

Dracu sorriu e os dois apertaram as mãos, mas Dracu não se aguentou e abraçou o mordomo que fez o mesmo.

-Obrigada por tudo Greenfield... -Disse ele e se afastou -Acho que devíamos ir embora, essa cidade já deu pra mim -Completa Dracu meio apressado não deixando nem Greenfield falar mais nada

-Tem dois navios partindo daqui uma hora...se corrermos ainda pegaremos -Exclama Greenfield

Os dois saíram do hotel e correram na direção do porto e quando chegaram compram as passagens e chegou a hora que os dois amigos agora temiam...a despedida de uma amizade de mais de trezentos anos.

Dracu apertou a passagem na mão e olhou Greenfield tirando a cartola em seguida, Green fez o mesmo.

-Nova Orleans....

-Escócia....

-Acho que isso então é um adeus -Disse Dracu e esticou a mão

Greenfield deixou as lágrimas virem a tona e as mesmas invadiram seu rosto num instante, Dracu evitou, mas derrubou ainda sim uma lágrima de tristeza...

-Adeus Majestade -Disse Green apertando a mão de Dracu

-Adeus mordomo -Respondeu Dracu apertando a mão de Green e jogando seu último sarcasmo e Green riu

-Talvez nos vejamos por ai...em algum outro continente -Rebateu Green

-Prometo lhe dar muito Whisky -Disse Dracu rindo e os dois riram

-E eu...lhe presentearei com um charuto -Respondeu Green e riu

Os capitães dos devidos navios anunciaram a partida e os dois se olharam...

-Adeus amigo -Sussurra Dracu

-Adeus....Meu amigo -Respondeu Green

Ambos colocaram as cartolas e partiram para lados opostos, Dracu subiu no Navio e Green no outro, subiram as âncoras de ambos e os navios partiram para lados diferentes...
Dracu deixou todo o peso da tristeza em Londres e da popa do navio ele viu a bela cidade inglesa ficando para trás.

Meses depois :

Diário  de  bordo  do  capitão Rutherford:

O navio atracará na costa da colônia Francesa de Louisiana, na costa da cidade de Nova Orleans. Finalmente desceremos deste inferno, coisas estranhas andam acontecendo aqui, durante todos esses meses, corpos mutilados de passageiros inofensivos tem aparecido sem vida de uma forma misteriosa, todos eles com as mesmas marcas no pescoço...Dois pequenos furinhos, mas os corpos estavam completamente vazios, nenhum sinal de bombeamento de sangue...o assassino bebeu até a última gota.. Mas que tipo de demônio é esse? Porque bebes da vitalidade dos outros?... Deus ajude-me a chegar vivo...faltam poucas léguas para que atraquemos...e se eu morrer antes de pisar em terra, que saibam que eu registrei tudo que presenciei neste navio.
Deus ajude-me e ajude os passageiros que neste navio restaram.

O navio ancorou na costa, a ponte desceu, e poucos passageiros desceram, aterrorizados com o inferno que passaram em alto mar, arrependendo-se de terem deixado Londres.
Dracu por sua vez se fez de desentendido e desceu do navio ignorando os falatórios e cochichos ,o capitão por sua vez morreu em sua cabine, juntamente com seu diário e carregava no pescoço a marca da morte ,dois pequenos furinhos.
Dracu respirou o ar americano e sorriu...

-Hora de conhecer o novo lar -Disse ele para si mesmo

Dracu caminhou pela cidade surpreso e impressionado com o tanto de cultura que a cidade possuía, ele já estava se sentindo em casa...e ele faria dali sua casa e isso poderia custar qualquer coisa, ele estava disposto a Fazer qualquer coisa para que isso acontecesse... E ele faria....