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Harmony encarava a irmã de forma curiosa, enquanto ela lia um livro de forma desajeitada no sofá

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Harmony encarava a irmã de forma curiosa, enquanto ela lia um livro de forma desajeitada no sofá. Sua mente curiosa de criança, fazia com que diversas perguntas viessem à tona e ela não conseguia controlar todas elas.

— Por que você não usa internet? — Os olhos azuis da mais velha não se desviaram das páginas do exemplar de Jane Eyre.

— Porque as pessoas são más na internet, Harmony.

— Os homens? — Ela perguntou rapidamente, afinal sabia que sua irmã era rápida com as respostas.

— Todos eles e algumas mulheres também! Mas mulheres que foram influenciadas por esses babacas.

— Então por que os homens existem?

— Porque infelizmente, ainda precisamos deles para povoar a Terra.

— Mas não tem nenhum homem bom?

— A maioria das mulheres consideram seus pais como bons homens mas eu não acredito nisso, se fossem tão bons assim, eles não abandonariam seus filhos.

As palavras da mais velha eram carregadas de mágoa, Henrietta odiava o próprio pai por ter abandonado a sua mãe com uma filha e prestes a dar à luz a outra. Porém ao mesmo tempo se considerava uma garota de sorte, era ótimo não ter que conviver com homens em sua casa.

— E aquele garoto da secretaria? Eu conversei com ele e ele foi super legal comigo! — Harmony comentou animada, a mais velha fechou o livro ao perceber que elas estavam falando do garoto da aula de literatura.

— Conversou com ele?

— Ele foi até a minha sala quando a gente estava saindo, ele perguntou sobre você e então conversamos mais um pouco.

— O que ele perguntou sobre mim? — Henrietta até mesmo sentou-se, ela era uma garota muito curiosa.

— Queria saber como domar a Catarina Minola! Eu na verdade não entendi mas logo ele me explicou que queria saber como conversar com você sem ser xingado a cada dois minutos.

"Que grande filho da mãe, me comparando com uma megera! Mal sabe ele, que não é nenhum tipo de Petrúquio." Pensou enquanto encarava a irmã.

— Ele é uma pessoa legal Ettie, ele não parece nada com o Nick.

Havia inocência nas palavras da menor mas aquele nome fez com que o estômago da garota revirasse. Aquela era uma parte do seu passado que ela preferia esquecer para sempre.

— Garotos são todos iguais.

— Eu acho que não! O Ruel canta e toca piano, ele parece mais sensível do que os outros garotos! Ele prometeu que algum dia vai me ensinar a tocar e...

— Não fale mais com ele Harmony. — O humor da mais velha havia mudado radicalmente, a irmã mais nova não gostava quando aquilo acontecia. — Eu não entendo o motivo de ele estar me perseguindo mas não gosto disso!

— Ele me disse que achou você muito inteligente, muito mais do que as outras garotas que ele conhece.

— Então ele me elogia dessa forma? Me comparando com outras mulheres e desmerecendo todas elas? É como eu já disse, ele é bonito mas muito sem noção.

— Por Deus Henrietta! Você é muito complicada. — A mulher apareceu na sala, chamando a atenção das duas filhas. Harmony imediatamente pulou para o colo da mulher que caminhou até a sala, com a filha em seus braços. — Você está grande demais para mim, Harmony.

— Eu vou para o meu quarto, a falação de vocês impede a minha concentração e essa história tem diálogos muito complexos.

— Você parece uma velha chata! — A mulher brincou, rindo em seguida. — Ouça Ettie, quando eu te disse para ficar longe dos homens, quis dizer daqueles babacas e machistas! Você não pode dispensar um garoto tão interessante assim.

— Engano seu, mamãe. — Henrietta sorriu convencida. — Se for para me afastar apenas dos babacas, terei que me afastar de todos os homens que existem.

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