SEIS

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EU NÃO VI A SUBSTITUTA EM TODOS OS PRÓXIMOS DIAS, porém eu consegui ver mais Annabelle.

Ela me disse que minha mãe deu permissão para a garota andar livremente pelo palácio. Isso vai para a lista para Lucien. Há algo que ela não me contou - eu sempre sei quando Annabelle está escondendo algo ou foi proibida de dizer, pois ela franze os lábios e arranha logo abaixo da orelha direita. Não a forço a dizer, no entanto. Não tenho interesse em colocar Annabelle em apuros.

Vejo um novo violoncelo ser entregue, então me pergunto se algo aconteceu com o primeiro. Uma punição e depois um recompensa, talvez? Isso parece com algo que Mãe faria.

Estou descansando em uma sala no andar de cima uma tarde quando ela me encontra.

D quer ver você

"Eu não fiz nada." Protesto.

Ela dá apenas um meio sorriso e eu vejo que minha jaqueta está envolta em seu braço. Imediatamente, estou em alerta.

"Para que?" Pergunto.

Ela encolhe os ombros, os olhos abaixados.

"Outra esposa em potencial?" Indago com apreensão.

Outra encolhida de ombros.

Não se atrase.

"Eu sei, eu sei." Digo. Se fizer isso, Mãe culpará Annabelle. Ela estende a jaqueta e coloca em meus ombros, tirando um pedaço de cotão da lapela.

Seja legal

"E eu não sou sempre?" Falo, batendo os cílios. Há um grande sorriso.

Passo pela sala de concertos no meu caminho até lá embaixo. Sons da música do violoncelo podem ser ouvidas claramente, apesar das portas fechadas. Eu paro, perguntando-me se deveria espiar. Mas a música para, recupero meu juízo e desço a escada principal para o hall de entrada.

"Para onde dessa vez?" Indago Mãe enquanto o automóvel desce a calçada de cascalho.

"A Casa dos Baixos." Ela responde secamente.

"Coral?" Falo. Eu a vi em todos os bailes e algumas festas, é claro, é ela não é terrivelmente feia. Contudo também não parece ser interessante.

"Não vou tolerar reclamações. Não hoje." Ela esfrega as têmporas.

"Pai tem te dado dor de cabeça novamente?" Indago. "Ou é a substituta agora?"

"Os dois."

Estou surpreso, recebi uma resposta de verdade. Decido testar minha sorte.

"O que está havendo? Com tudo... isso?" Eu não sei como chamar isso. Fazer bebê? Isso soa repugnante.

Mãe me nivela com um olhar penetrante. "Por que está perguntando?"

"Por nenhum motivo." Digo rapidamente. "Apenas... será estranho ter um bebê em casa."

Para meu completo choque, ela sorri. Um real, verdadeiro sorriso, não do tipo que ela usualmente usa, o que você consegue sentir o veneno pingando atrás dele.

"Sim." Ela responde. "Imagino que será."

Há algo inquietante sobre o entusiamo sincero dela.

"Então, ela está, é, grávida?" Pergunto.

"Ela estará." Mãe fala. "Logo, logo."

Nós viajamos o resto do caminho em silêncio.

O palácio dos Baixos tem um lago em frente, lotado de cisnes, lindas criaturas brancas como a neve que flutuam ao redor pacificamente, sem perceber meu tormento interno. Como eu os invejo. Eles não são forçados a se casar nos seus tenros dezenove anos.

A História de Garnet (Garnet's Story)Where stories live. Discover now