Capítulo 5 - Dúvidas 👑

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Espírito e a noiva dizem: "Vem!" E todo aquele que ouvir diga: "Vem!" Quem tiver sede venha; e quem quiser beba de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17


Rei Theo não partiu naquela mesma noite, pelo contrário, resolveu ficar alguns dias mais, o que serviu de refrigério para alma de Eklesia. Com o Pai e Paráclito a moça se sentia completa. Os três costumam sair e passear pelas redondezas do castelo, atrás do mesmo existia um rio de águas cristalinas que provinha direto do reino celestial.

- Assim como a água reflete o rosto,
o coração reflete quem somos nós. - Diz o Rei chamando a atenção de todos. - Está calada hoje Eklesia, existe algo que te aflija?

Sim! Havia algo que estava afligindo a moça já há alguns dias. Tudo começou com a carta que recebeu do noivo, por mais que tentasse ela não conseguia parar de pensar em como seria esse encontro, e se ela estaria preparada para o mesmo.

- Papai. - Diz depois de algum tempo. - Poderia me dizer mais sobre Emanuel?!

Não preciso dizer aqui qual foi a reação do Rei com essa pergunta, qual pai não gostaria de descrever o seu filho, ainda mais em se tratando de Emanuel. Paráclito ao seu lado sorriu com a pergunta e já se sentou na grama verdinha ante ao Rio, sugerindo sem usar uma única palavra que todos fizessem o mesmo, esse era o seu trabalho de convencimento, trabalho esse que exercia muito bem diga-se de passagem.

- Eu poderia passar horas falando sobre meu filho, em como sempre foi manso e humilde de coração. Em toda história nunca se viu nem ouviu alguém como Ele! Sem falar em sua obediência! Ah! Meu amado filho! - Theo para um pouco, visivelmente emocionado ao se lembrar do sacrifico que seu filho fez por todos aquelas pessoas de fora do castelo, do alto preço que foi pago, mais ainda assim rejeitado.

- Sabe, temos muitas histórias da época em que ele esteve por terreno, mais uma das minhas preferidas, é de quando ele discipulou doze homens. Lembra-se disso Theo? - Paráclito pergunta olhando para o irmão.

- Claro irmão! Mais deixarei que conte essa história.

- Eles eram homens comuns, a primeira vista ninguém daria nada a nenhum deles, mais Emanuel de fato teve certo apego por todos, que ousou os chamar de amigos! Alguns eram ladrões, roubavam impostos, outros tinham dificuldades para se controlar, mais após conhecê-lo, se tornaram homens dignos, e hoje habitam Celestial!

- Todos menos um! - Theo entra na conversar.

- De fato, todos menos o filho da perdição, mais isso já sabíamos que aconteceria desde o início. Ele já havia se voltado ao lado de Helel por míseras 30 moedas de prata ! - Diz com certa tristeza. Eklesia ouvia tudo calada, gostava da interação dos dois, ainda mais quando estavam voltados em lembranças. - Mais você se lembra Theo como mais tarde aqueles homens honraram a confiança neles depositadas? Deixaram tudo pelo amor que tinham por Emanuel e o reino de celestial! De fato eram homens cujo terreno nunca foi digno!

- Sim, sim, me lembro exatamente de como começaram, hoje vivem perfeitamente em paz em Celestial! - Theo lança um sorriso em direção a filha, que nesse momento tentava reunir o máximo de forças que podia para fazer um pedido ao Pai.

- Me leve para Celestial com você! Eu e meu tio viveremos bem ao seu lado, posso conhecer meu noivo e nos casarmos lá! Podemos até convidar esses tais amigos, os discípulos de Emanuel que acabaram de falar. - Sua empolgação era visível ao falar, Eklesia já tinha todo um plano traçado em sua mente, apenas faltava a aprovação do pai.

A verdade é que a jovem já estava cansada de viver presa no castelo de terreno. Se ela ainda não estava pronta para ir lá fora, que o pai então a levasse para Celestial onde poderia andar livremente.

- Para tudo existe um tempo determinado! Não queira apressar algo que já tem hora e data marcada. - Paráclito diz calmante

- Desconheço tal data meu tio! - Choraminga a moça

- Já é hora de eu ir! Portanto, Eklesia, sejam paciente até a vinda de Emanuel. - Segura em suas mãos. - Veja como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera. Seja também paciente e fortaleça o seu coração! Pois a vinda de seu noivo está próxima.

- Sim papai! - Diz com a voz embargada pela frustração e a dor da saudade antecipada. - Esperarei! Mais por favor, não demore a vim me ver novamente!

A despedida foi realmente muito comovente para qualquer um que a presenciasse, de um lado víamos uma princesa tomada pela tristeza de não ter seu pedido atendido prontamente, e do outro víamos um Rei conhecedor de todos os próximos passos da filha.

- Poderíamos fazer algo para anima-lá, o que acha? - Sugere Paráclito após a partida de Théo.

- Agora não meu tio, preciso ficar sozinha um pouco. - Diz já subindo a grande escadaria até o seu quarto com a alma inquieta.

- Eu é que sei os planos que tenho sobre vós, planos de paz e não de mal. - Tenta mais uma vez, porém é ignorado.

- Acho que vocês esqueceram de me deixar a par desses tais "planos". - sussurra ainda sem olhar para trás.

Eklesia não entendia o que se passava em seu coração, de repente um sentimento de revolta a tomou por completo, impedindo a mesma de pensar com clareza.
Mesmo em meio a gratidão a moça gostaria de pelo menos uma vez fazer o que realmente queria, estava cansada de ouvir sempre alguém mandando ela esperar.
E foi abrigando esses pensamentos em sua cabeça que pela primeira vez sentiu saudades da época em que vivia fora do castelo sem a supervisão do pai e do tio.

Desejou não estar presa a um compromisso em que ela não tinha o direito de escolha.

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