Capítulo 10 - Servindo a dois senhores 👑

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Paráclito continuou olhando até que seu olhos se encheram de lágrimas, lágrimas de pura dor e ressentimento.
Para ele a cena de ver aquela que criou como filha, que tirou da lama e sujeira vestindo-a de novas vestes  e lhe dando um anel como símbolo de seu compromisso com Emanuel, aquela que presenteou com suas promessas e com seu amor eterno, voltando para o lugar de onde foi tirada e salva, era dolorosa demais.
Sentia-se deixado de lado.
Como o ouro trocado pelo latão e a prata pela ferrugem.

— Meu tio, eu... pensei que estava nos jardins... é... isso é apenas um presente, um presente que ganhei de um amigo. — Eklesia lutava com as palavras, era quase como se o peso e a culpa finalmente caísse sobre seus ombros.

— Chamas de amigo aquele que é meu inimigo! — Sustenta ainda um olhar profundo demonstrando toda sua decepção.  — Está tentando se assemelhar a Néscia?

— Não! Não sou como ela! Como pode fazer tal comparação? — Tenta recuar da presença do tio pois não estava conseguindo lidar com o constrangimento que seu olhar trazia.

— Sim Eklesia! você é como ela! Não traiu Emanuel com o seu corpo, mais já o traiu em seu coração, não vê como um abismo chama outro abismo?! Bem dizia mesmo o sábio, a loucura é mulher apaixonada!

E é nesse momento e com essa frase final que Eklesia se enche de uma estranha e tamanha fúria que nem mesmo ela soube de onde provinha, seus olhos ficaram vermelhos e seus rosto transfigurado, já não era a bela moça que costumava ser, apenas uma sobra escura e pesada de quem já foi um dia.

— Estou cansada! Cansada de esperar! Cansada de acreditar que meu noivo se importa, porque ele não se importa! Ele não se importa comigo! Duvido que ainda pretende me buscar para o casamento. Eu só... me sinto presa a ele, sou obrigada a esperar por algo que nunca pedi para acontecer — As palavras fluem de seus lábios com tom acusatório.  — Só desejo me sentir realmente livre!

— Uma liberdade que te põe em cadeias? É essa a liberdade que tanto busca? Não se lembra por acaso de onde foi tirada! Eras livre!? Oh Eklesia! Ainda é tempo de voltar atrás e se arrepender das palavras que dissera. — Se aproxima da jovem e segura em seu rosto. – Se arrependa filha minha e não continue indo pelo mesmo caminho que tens ido, ir lá fora sem o preparo certo apenas te levará a morte!

— Eu nunca me distancio o bastante do castelo. — Diz com voz baixa e cansada — Sempre volto... Me desculpe meu tio, só estou exausta... Se não se importa irei para o meu quarto.

— Você melhor do que ninguém sabe que não se pode servir a dois senhores! Lembre-se de tudo que te ensinei até aqui e tome uma decisão, Emanuel não aceitará seu coração pela metade.

Ao fim dessas palavras Paráclito se permitiu chorar inconsolável, não por ele mesmo, sabia que havia feito sua parte em relação a sobrinha, mais sim em relação a ela, a jovem princesa Eklesia que havia se deixado enredar. E era essa a razão de Theo não ter iniciado seu treinamento ainda, ela era como um pequena criança  que não podia ser alimentado com alimento sólido por não saber como digerir, só encontrando assim nutrientes em leite materno. Porém em algum momento Eklesia teria que crescer, de um jeito ou de outro, sendo poupada ou não, isso dependeria apenas de suas escolhas.

(...)

Foi difícil para a princesa pegar no sono aquela noite , pensou em seu pai, seu tão amado pai, e em como ele ficaria decepcionado com ela quando descobrisse sobre a perda do colar, ainda mais quando soubesse como e onde o  perdeu, ela havia desobedecido suas ordens, suas e a de Paráclito, ah Paráclito! Seu tão amado tio, como ele havia ficado decepcionado com a moça. E Emanuel? O que pensaria quando soubesse de tudo sobre oque ela disse!

Com esses questionamentos chegou a conclusão que ela era uma decepção para todos, talvez por isso o pai nunca a quis levar para Celestial, assim como Emanuel nunca se importou em vim buscá-la para o casamento, Paráclito era obrigado a aturá-la desde o começo, ela era um peso! Um peso para todos que a conheciam.

Nesse momento  um forte vento bate em sua janela e com ele um presença maligna entra em seu quarto e se põe a sussurrar em seus ouvidos.

Você nunca será o que eles querem que seja”

Decepção... Isso que você é, uma decepção para todos eles” 

Eklesia não pode perceber que essas vozes não faziam parte de seus pensamentos e por isso as acolheu muito bem enquanto escorregava até o chão abraçando seus próprios joelhos em um choro sofrido de dor e agonia.  Ah, se ela soubesse toda a verdade sobre essa voz.

Mais não os deixarei curiosos caros leitores, iniciarei agora a minha narrativa sobre ela...
Tudo começou a muito tempo atrás com os primeiros habitantes do reino de Terreno, que na época era um lugar limpo de toda a influência da praga de Iníquos que ronda os ares, na verdade Terreno era chamado de O Belo Jardim, por esse tempo Lúcius Helel já havido sido expulso do reino de Celestial para Geena, porém insistia em continuar rondando toda a criação de Théo por pura inveja.  Assim sendo quando soube que O Belo Jardim tinha algumas regras de obediência tratou logo de dar um jeito de fazer com que os primeiros habitantes assim as quebrasse, e foi oque ele fez, usou de suas artimanhas e conseguiu oque queria, mais tarde fez com essa mesma voz fosse responsável pelo primeiro homicídio de Terreno, que já não era O Belo Jardim, e sim um lugar sujo, onde todos os habitantes serviam a Helel, até que Emanuel tirou alguns de seu domínio, porém ainda assim, essa mesma voz ainda era usada como um método bem eficaz, foi ela a responsável pela criação da feira dos Deleites carnais, e seria ela a responsável pelo que viria a seguir, porém deixarei que descubram...

A jovem continuou na mesma posição até sentir que o dia já havia clareado, então se levanta e começa a absorver cada detalhe de seu quarto, de repente lembranças de sua infância inundam sua mente, lembrou-se da lama e da sujeira em que vivia e se sentiu uma tola por desejar voltar para o lugar de onde viera, lembrou também de como havia sido amada e cuidada enquanto sofria pelas feridas de Iníquos, porém essas lembranças deram espaço para a imagem de outro alguém.

— Saia de meus pensamentos Lúcius! — Grita batendo com as mãos na cabeça. — As coisas costumavam ser mais fáceis antes de te conhecer.

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